Chuva em Porto Alegre: Análise Química Revela Surpreendentes Resultados sobre a Contaminação
2024-09-17
Autor: Mariana
A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) divulgou resultados alarmantes das análises químicas da água da chuva que caiu em Porto Alegre no final da última semana. Durante esse período, o estado estava coberto por fumaça decorrente de queimadas, contribuindo para a preocupação ambiental na região.
As amostras foram coletadas em um local isolado, livre de interferências externas como árvores e fios de energia, nos dias 12 e 13 de setembro, especificamente no Bairro Partenon. Utilizando sondas multiparamétricas YSI PRODSS, a Fepam avaliou parâmetros como pH, turbidez, condutividade, salinidade, oxigênio dissolvido (OD) e potencial de oxirredução (ORP).
Os resultados não indicaram a presença significativa de partículas finas, que normalmente revelariam vestígios de fuligem das queimadas. A turbidez observada nas amostras foi relativamente baixa. A primeira coleta, realizada no dia 12, apresentou uma turbidez de 40,59 NTU, sugerindo que essa chuva inicial, com queda lenta, trouxe mais partículas finas. Por outro lado, a amostra coletada no dia seguinte, durante uma chuva mais intensa, apresentou turbidez bem mais baixa, próxima do valor de referência da norma NBR 15527, que é 5,0 NTU.
Esses dados indicam que a quantidade de material suspenso na água da chuva pode ser reduzida, o que é uma boa notícia em meio à crise das queimadas. Contudo, as medições foram feitas horas após a coleta, o que pode ter afetado a precisão dos resultados. É fundamental que a medição do pH e do oxigênio dissolvido seja realizada imediatamente após a coleta, idealmente em até 15 minutos.
Vale ressaltar que, embora a água da chuva seja considerada uma matriz geralmente limpa, a atual situação das queimadas exige vigilância constante. A Fepam já mobilizou recursos para fornecer alertas sobre possíveis impactos à saúde e ao meio ambiente. Os equipamentos de última geração garantem dados precisos que podem ser usados para monitorar a violência das queimadas que afetam o estado.
A preocupação com a chamada 'chuva preta' é válida, pois esse fenômeno ocorre quando partículas de fuligem provenientes de queimadas ficam suspensas no ar e são depositadas no solo pelas gotas de chuva. A Divisão de Monitoramento da Fepam alerta que, em casos de combustão incompleta de materiais orgânicos, como em queimadas descontroladas, formam-se partículas finas de carbono negro, que podem impactar a qualidade do ar por longos períodos.
Partículas como as PM2,5 (com diâmetro inferior a 2,5 micrômetros) representam um grave risco à saúde humana, pois conseguem penetrar profundamente no sistema respiratório, causando sérios problemas de saúde. Portanto, os moradores de Porto Alegre precisam estar alerta e informados sobre a qualidade do ar, especialmente em períodos de queimadas intensas.