Nação

Chuva Artificial: A Esperança Contra as Queimadas no Brasil?

2024-09-17

Minas Gerais, assim como diversos estados brasileiros, está enfrentando a pior seca dos últimos anos, o que intensifica a discussão sobre soluções viáveis para amenizar os impactos da estiagem. Dentre as alternativas, a produção de chuva artificial, conhecida como "semeadura de chuva", tem ganhado destaque.

Essa técnica envolve a dispersão de compostos químicos, como o iodeto de prata, nas nuvens, o que aumenta a densidade dos núcleos de condensação e resulta em precipitações. Durante uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, realizada na quarta-feira (11/9) para discutir os efeitos devastadores das queimadas no agronegócio, o búlgaro Hristo Krusharski, gerente da empresa Stroyproject Weather Modification, apresentou essa alternativa como uma solução promissora, alegando que poderia aumentar as chuvas em até 15% ao longo do ano.

Você Sabia? Queimadas em Minas aumentaram 50% este ano!

Entretanto, a falta de evidências concretas e uma explicação clara sobre o funcionamento da técnica levantaram dúvidas entre especialistas. Flávio Pimenta, professor do Instituto de Ciências Agrárias da UFMG, expressou ceticismo, apontando que a chuva artificial é não apenas um investimento caro, mas também incerto, uma vez que as nuvens são suscetíveis aos ventos, dificultando a previsão de onde a chuva realmente cairá.

"Embora essa técnica possa ser útil para combater incêndios, há uma preocupação com seus efeitos colaterais, como a possível contaminação do solo com brometo" – alertou Pimenta, enfatizando o risco de comprometer a qualidade da terra ao tentar controlar o fogo.

Além disso, a comprovabilidade da origem da precipitação em áreas que utilizam a semeadura de chuvas é questionável, o que pode levantar debates sobre a eficácia da técnica.

Queimadas consumiram 600 hectares na Serra do Paredão e a situação é alarmante. De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), mais da metade do Brasil se encontra em um dos piores períodos de estiagem dos últimos 44 anos. A capital mineira, Belo Horizonte, experimentou 150 dias consecutivos sem chuva até 16 de setembro, a pior seca em seis décadas, e ainda há previsões de mais dias secos pela frente.

Em regiões centrais e ao norte do estado, a presença de uma massa de ar seco e quente tem bloqueado a chegada de frentes frias, resultando em baixos índices de umidade relativa do ar e contribuindo para o aumento das queimadas. Os registros de incêndios atendidos pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais refletem essa crescente preocupação: uma alta de 50% nas ocorrências foi registrada entre janeiro e agosto, totalizando cerca de 14 mil eventos, um recorde em cinco anos.

Fique Atento! As chuvas naturais devem retornar ao estado em outubro, mas a consciência ambiental e medidas sustentáveis são vitais para mitigar os efeitos da seca e das queimadas. Será que precisamos de chuva artificial ou apenas de um compromisso real com o meio ambiente? Essa é uma pergunta que a sociedade deve responder para o futuro do nosso agro!