'Choque e perplexidade': juiz reabre investigação sobre o 'suicídio' da professora esfaqueada 20 vezes
2024-12-25
Autor: Fernanda
A Justiça decidiu reexaminar o caso de Ellen Greenberg, após incansáveis esforços de seus pais, Dr. Josh e Sandee Greenberg, que não se conformam com a versão oficial da morte da filha. O processo agora está nas mãos da Suprema Corte da Pensilvânia e também na análise da Procuradoria Distrital de Chester County. A família está lutando para que a causa da morte seja alterada de ‘suicídio’ para ‘homicídio’ ou ‘indeterminado’, apontando falhas gravíssimas e um possível encobrimento na investigação original.
Especialistas independentes contratados pelos Greenberg apresentaram evidências contundentes que sugerem a possibilidade de homicídio. O renomado patologista Cyril Wecht declarou que a versão de suicídio é “altamente improvável”, enfatizando que dois ferimentos foram infligidos após o coração de Ellen ter parado de bater, um fato que torna a situação ainda mais sombrio.
Durante uma audiência recente, o juiz Michael Erdos expressou sua indignação ao afirmar estar “estupefato” com a manutenção da versão de suicídio. Ele destacou que a cena do crime foi comprometida, uma vez que já havia sido limpa antes da coleta de evidências essenciais, conforme relatado pelo New York Post.
Relembrando os detalhes do caso, Ellen Greenberg foi encontrada morta em 26 de janeiro de 2011, em meio a um cenário repleto de contradições. Naquele dia, ela havia saído mais cedo do trabalho devido a uma forte nevasca. O noivo dela, Sam Goldberg, descobriu o corpo com uma faca cravada no peito. Curiosamente, a cozinha do apartamento não mostrava sinais de arrombamento, mas Goldberg alegou que precisou quebrar a porta para entrar.
Mensagens de texto enviadas pelo noivo momentos antes da descoberta do corpo levantam sérias suspeitas. Entre 17h32 e 17h54, ele disparou mensagens insistindo para que Ellen abrisse a porta, utilizando frases como “Abre essa porta” e “É melhor você arranjar uma desculpa”. Somente às 18h33 foi que ele acionou os serviços de emergência.
A investigação inicial foi repleta de erros e possíveis interferências. A polícia deixou que a cena do crime fosse limpa por uma empresa contratada antes de coletar todas as evidências. Além disso, o tio de Goldberg, o juiz James Schwartzman, teve permissão para entrar no apartamento e retirar pertences da professora, como seu computador e celular.
Um vídeo gravado pelo zelador do prédio pouco antes da limpeza não está nos registros da investigação, levantando questionamentos sobre a falta de preservação de materiais tão críticos, conforme mencionado pelo New York Post.
Além da análise de Wecht, outros especialistas corroboraram que os 20 ferimentos, especialmente aqueles nas costas de Ellen, tornam a hipótese de suicídio praticamente impossível. Dois ferimentos foram encontrados após a morte, o que reforça ainda mais as suspeitas de homicídio.
Goldberg afirmou que a porta estava trancada, mas investigadores e especialistas notaram que o dano na porta não condizia com sua versão dos eventos, levantando ainda mais interrogações sobre sua veracidade. A psiquiatra de Ellen, Ellen Berman, revelou que ela enfrentava um quadro de ansiedade, mas não apresentava histórico de pensamentos suicidas, um fato que, combinado com as evidências das circunstâncias da morte, levou seus pais a contestar ferozmente a reclassificação do caso.
A expectativa agora cresce à medida que a reabertura do caso traz à tona um debate mais amplo sobre como mortes trágicas são investigadas, especialmente em situações que envolvem possíveis homicídios mascarados como suicídios. A luta dos Greenberg pelo verdadeiro diagnóstico da morte de sua filha pode não apenas mudar o rumo da investigação, mas também levantar questões sérias sobre o sistema de Justiça.