Um escândalo de proporções alarmantes veio à tona com a confissão de um jovem militar, que foi acusado de ter estuprado uma mulher francesa, Gisèle Pelicot, durante um episódio devastador em 2019 — o mesmo dia em que sua própria filha nasceu. A confissão ocorreu em um contexto onde mais de 50 indivíduos estão sendo investigados por suas ações relacionadas a este caso horrendo.

Gisèle era manipulada e drogada por seu marido, Dominique Pelicot, que orquestrou uma rede de abusos sexuais grotescos ao longo de 10 anos. Desde 2011, Gisèle ficou vulnerável às investidas de estranhos, enquanto seu marido controlava tudo, acreditando que poderia se safar impunemente.

O militar, que fazia parte desse círculo de abusadores, tinha apenas 21 anos na época do crime. De acordo com o jornal Correio da Manhã, ele se encontrou com Dominique pelo menos duas vezes antes de perpetrar o ato. Um dos outros réus, agora com 37 anos, alegou desconhecimento sobre a condição de Gisèle, afirmando que pensou se tratar de uma "encenação" entre o casal, revelando a profunda desumanização em que o caso se insere.

O julgamento do caso foi iniciado em 2 de setembro, na cidade de Avignon, causando revolta e indignação na sociedade francesa. Dominique, por sua vez, não hesitou em se declarar como um "estuprador" na última semana, assumindo a responsabilidade pelos crimes que assolaram sua esposa. Os atos de abuso sexual ocorreram de maneira recorrente entre os anos de 2011 e 2020, levantando discussões sobre a cultura do silêncio em torno do abuso e a necessidade urgente de maior proteção às vítimas.

Esse caso horrendo vem trazendo à tona questões sobre a responsabilidade dos envolvidos e a fragilidade das vítimas em situações onde deveriam estar seguras, sinalizando a necessidade de discussões mais abrangentes sobre consentimento, empoderamento feminino e a urgência de estratégias eficazes de prevenção à violência sexual.