Mais de 1.000 soldados norte-coreanos foram reportados como mortos ou feridos enquanto combatiam ao lado da Rússia contra a Ucrânia, segundo estimativas do Estado-Maior da Coreia do Sul (JCS) divulgadas nesta segunda-feira (23).

"Estimamos que as tropas norte-coreanas, que recentemente entraram em combate contra as forças ucranianas, sofreram aproximadamente 1.100 baixas", informou o JCS em um comunicado alarmante. Essa revelação levanta sérias dúvidas sobre a eficácia e a experiência das tropas de Pyongyang em um campo de batalha tão complexo.

O Estado-Maior sul-coreano também observou indícios que sugerem que a Coreia do Norte está se preparando para enviar mais tropas para a Rússia, seja como reforço ou para apoiar os combatentes que já estão na linha de frente. Essa possibilidade gera preocupações sobre uma escalada do conflito, com a participação de mais tropas norte-coreanas.

Informações adicionais levantadas pela Coreia do Sul indicam que Pyongyang está "produzindo e entregando drones autodestrutivos" e outros armamentos avançados, como "lançadores de foguetes de 240 mm e canhões autopropulsados de 170 mm" para a Rússia, conforme relatado pelo JCS. Isso sugere um alinhamento estratégico entre os dois países, onde a Coreia do Norte busca modernizar suas capacidades militares com a assistência russa, aprendendo com a experiência no conflito ucraniano.

Vários milhares de soldados norte-coreanos foram enviados à Rússia nas últimas semanas para apoiar o exército russo, de acordo com relatos ocidentais. No entanto, o Kremlin se absteve de comentar sobre a presença dessas tropas, mantendo o silêncio em torno desse assunto delicado.

No contexto do conflito, o comandante-chefe do exército ucraniano, Oleksandr Syrsky, revelou que o exército russo tem conduzido "intensas operações ofensivas na região de Kursk, utilizando ativamente unidades do exército norte-coreano", e enfatizou que essas tropas já enfrentaram "pesadas perdas". Um oficial americano que falou sob anonimato corroborou essa informação, alegando que as tropas norte-coreanas "nunca tinham lutado antes", o que poderia explicar a alta taxa de baixas.

Em uma reviravolta tática, a Ucrânia lançou uma ofensiva surpresa na região russa de Kursk no início de agosto, mantendo controle sobre uma pequena parte desse território. Apesar do aumento da atividade militar, a Coreia do Norte nunca confirmou ou negou a presença de suas forças ao lado da Rússia.

Os laços militares entre Pyongyang e Moscou se intensificaram desde a invasão da Ucrânia por parte da Rússia em fevereiro de 2022. Um tratado de defesa mútua histórico entre os dois países, assinado em junho, entrou em vigor no início deste mês, prevendo "ajuda militar imediata" em caso de agressão armada por outras nações. Essas movimentações podem indicar uma nova fase de cooperação militar que poderá mudar o panorama geopolítico na região.

A situação continua a evoluir e as consequências de uma maior participação da Coreia do Norte no conflito ucraniano ainda são incertas, mas os analistas estão em alerta máximo para os possíveis desdobramentos dessa aliança.