Capturados e Enganados: A Realidade por Trás da Guerra

Dois cidadãos chineses, capturados pelas forças ucranianas enquanto lutavam nas linhas de frente da Rússia, revelaram que foram atraídos por promessas mirabolantes de altos salários e oportunidades de trabalho no exterior. Em uma coletiva de imprensa realizada pelo governo ucraniano, Zhang Renbo e Wang Guangjun contaram como caíram na armadilha.

Promessas Falsas de Recrutamento

Wang, desempregado e seduzido por um anúncio no TikTok, decidiu se alistar no exército russo, atraído pela oferta de um salário que superava a média na China. O recrutador prometeu cobrir todos os custos de viagem e documentação, mas ao chegar na Rússia, teve seu celular e cartão bancário confiscados, ficando sem nenhuma forma de contato com a família. "Tudo o que ouvimos dos russos era mentira", desabafou.

Zhang teve uma experiência igualmente decepcionante. Ele havia sido atraído pela expectativa de trabalhar na construção civil, mas logo se viu na linha de frente. "Queria ganhar dinheiro, mas não esperava acabar em uma guerra", contou.

Sobrevivência e Tratamento dos Ucranianos

Ambos os capturados afirmaram que assinaram contratos voluntariamente, sem envolvimento do governo chinês, e negaram ter ferido alguém durante o combate. Wang, que passou apenas três dias na linha de frente, elogiou a forma como foi tratado pelos ucranianos, chegando a receber abrigo durante um ataque com gás químico.

Um Apelo aos Conterrâneos

Em meio à coletiva, Wang e Zhang fizeram um apelo emocional a outros cidadãos chineses: "É melhor não participar de guerras. A guerra real é completamente diferente do que vemos em filmes e na TV." Ainda conscientes das possíveis punições que podem enfrentar ao retornar à China, os chineses reconheceram os riscos de se envolver em um conflito armado, já que o governo chinês proíbe seus cidadãos de integrarem forças armadas estrangeiras.

A Intensificação do Recrutamento Russo

A Rússia, por sua vez, tem intensificado o recrutamento de estrangeiros para fortalecer sua presença militar na Ucrânia. Informações de autoridades norte-americanas indicam que combatentes de países como Índia, Nepal, Síria e Coreia do Norte têm se alistado, com cerca de 14 mil soldados supostamente enviados à Rússia.

O recrutamento de combatentes estrangeiros está cada vez mais em evidência, e a preocupação com as vidas que estão sendo colocadas em risco por promessas enganosas se torna mais real.