A Embaixada da China nos Estados Unidos deu um verdadeiro 'tapa' no presidente Donald Trump ao compartilhar, nesta segunda-feira (7), um polêmico vídeo de 1987 em que o ex-presidente Ronald Reagan faz severas críticas às tarifas impostas sobre importações. Assim como Trump, Reagan era membro do Partido Republicano e suas palavras ressoam agora em meio à crescente tensão na guerra comercial entre as duas potências.

Recentemente, Trump anunciou tarifas retaliatórias contra uma série de países, com o objetivo de proteger a indústria americana, alegando que as nações estariam 'se aproveitando' dos Estados Unidos. Ele implementou um aumento de 34% nas tarifas sobre produtos chineses, provocando uma resposta imediata de Pequim, que aplicou taxas semelhantes em produtos americanos. Na última segunda-feira, Trump não hesitou em ameaçar um aumento de 50% nas tarifas, caso o governo chinês não recuasse.

Pelo Twitter, a Embaixada chinesa divulgou um discurso de Reagan de abril de 1987, em que criticava as tarifas como uma solução ilusória. Na época, Reagan enfrentou a imposição de tarifas sobre produtos japoneses, sob a alegação de quebra de acordos comerciais sobre semicondutores.

O vídeo mostra Reagan ressaltando que as indústrias que dependem da proteção governamental não só falham em competir, mas também abandonam inovações necessárias para prosperar em mercados globais. Ele afirma: "As tarifas altas, inevitavelmente, levam a retaliações de outros países e a uma avalanche de guerras comerciais que resultam em impostos cada vez maiores e menos concorrência".

Reagan tinha uma visão clara das consequências das tarifas: em um cenário pessimista, ele previa colapsos de mercados e milhões de empregos perdidos, aprofundando a crise econômica. Ele trouxe à tona a memória da Grande Depressão, alertando que a legislação tarifária da época, conhecida como tarifa Smoot-Hawley, agravou ainda mais a crise e atrasou a recuperação.

"Se você viveu a Grande Depressão, sabe o quanto o sofrimento dela marcou nossas vidas. É fundamental que não repitamos os erros do passado", disse Reagan.

Essa provocação da China traz à tona não apenas o debate sobre tarifas, mas também sobre o legado de políticas econômicas desastrosas que podem deixar cicatrizes profundas na economia global. Enquanto as tensões comerciais aumentam, a estratégia da Embaixada chinesa pode ser um chamado à reflexão para todas as nações envolvidas, incluindo os Estados Unidos. Para muitos, o quanto mais essa guerra comercial se intensificar, mais preocupado o futuro econômico se tornará.