
China Expande Novos Mercados para Contornar Tarifas de Donald Trump
2025-04-05
Autor: Matheus
A guerra comercial entre os Estados Unidos e suas principais potências econômicas aumentou ainda mais a tensão nesta sexta-feira (4). O governo chinês anunciou um pacote robusto de medidas retaliatórias contra a economia americana.
A China implementou uma nova tarifa de importação de 34% sobre produtos dos EUA, uma resposta direta à tarifa imposta pelo presidente americano, Donald Trump, que já havia tomado medidas similares na quarta-feira (2). Essa escalada da disputa comercial levanta preocupações sobre um possível agravamento das hostilidades entre as duas potências.
Além disso, Pequim incluiu 11 empresas americanas em uma lista negra, que impede efetivamente qualquer relação comercial com companhias chinesas, criando uma barreira significativa ao comércio bilateral. O governo também limitou a exportação de minerais raros, essenciais para a indústria tecnológica dos Estados Unidos, uma manobra que pode prejudicar gravemente a produção de eletrônicos por lá.
Como parte dessa resposta, a China anunciou sua intenção de levar a questão das tarifas à Organização Mundial do Comércio (OMC). Entretanto, a eficácia dessa ação é incerta, já que a entidade enfrenta sérias dificuldades operacionais desde o início do mandato de Trump.
A China, que é o segundo maior parceiro comercial dos EUA, teve um intercâmbio de cerca de 420 bilhões de dólares em exportações para a América no último ano, enquanto importou aproximadamente 140 bilhões de dólares. O saldo dessa balança comercial tem gerado pressões sobre o setor manufatureiro americano.
Trump respondeu afirmando que a decisão da China foi um erro e que as autoridades do país estavam reagindo de forma apressada e desesperada às tarifas americanas.
Com a possibilidade de fechamento dos portos americanos para o comércio global, a expectativa é que a indústria chinesa busque novos mercados em outros países para escoar sua produção em excesso, especialmente em regiões da Ásia, América Latina e África, que já apresentam um nível elevado de investimentos chineses. O Citigroup prevê que a guerra comercial poderá impactar negativamente o PIB chinês em até 2,4% apenas neste ano, um sinal alarmante para a economia global.
Com esse impasse, a China está de olho na ampliação de seus laços comerciais com a Europa - embora a relação não seja simples devido à resistência de líderes europeus ao apoio de Pequim à Rússia em sua invasão da Ucrânia. A busca por novos aliados comerciais simboliza uma mudança estratégica de Pequim, que está mais interessada do que nunca em diversificar seus parceiros e reduzir a dependência do mercado americano.