
China desafiadora: promete retaliações severas após ameaças de Trump
2025-04-08
Autor: Lucas
A China não hesitou em responder à ameaça do presidente Donald Trump de impor uma tarifa adicional de 50% sobre suas importações. O governo chinês alertou que está disposto a intensificar suas medidas retaliatórias contra os Estados Unidos, considerando a proposta como um ataque injustificado às suas práticas comerciais.
Em um comunicado divulgado na madrugada de terça-feira (8), o Ministério do Comércio da China reafirmou seu compromisso de "tomar contramedidas de forma resoluta para salvaguardar seus próprios direitos e interesses". Segundo o ministério, essa imposição de tarifas por parte dos EUA é descrita como uma "prática unilateral de intimidação" que fere as normas do comércio internacional.
"As contramedidas da China têm como objetivo proteger sua soberania, segurança e interesses de desenvolvimento, além de assegurar a normalidade nas relações comerciais globais. Elas são totalmente legítimas", afirmou o ministério, desafiando diretamente a posição americana.
A tensão começou a se intensificar na segunda-feira (7), quando Trump anunciou que os EUA aumentariam as tarifas sobre as importações da China caso o país não voltasse atrás em suas tarifas de 34%, que já haviam sido estabelecidas anteriormente. "Se a China não retirar seu aumento de 34% até amanhã, 8 de abril de 2025, as tarifas adicionais de 50% entrarão em vigor", afirmou Trump em sua rede social, estipulando um prazo crítico para a resposta chinesa.
O clima nas bolsas de valores foi afetado drasticamente, com os mercados asiáticos experimentando perdas significativas. O desempenho da bolsa de Hong Kong, que caiu 13,22%, ilustra a ansiedade global frente ao que muitos temem ser uma guerra comercial total. O índice CSI 1000, representando ações da China, despencou 11,39%, indicando uma desconfiança crescente dos investidores em relação à economia chinesa.
Na Europa, a incerteza levou o índice Euro Stoxx 50 a registrar uma queda de 4,31%. Os índices da Wall Street também enfrentaram uma queda acentuada, com o Dow Jones caindo 0,91%, enquanto o Nasdaq apresentou uma leve recuperação com um aumento de 0,10%. Essa oscilação reflete o nervosismo do mercado diante de uma possível escalada no conflito comercial.
Além disso, a reta final do trimestre está se aproximando, o que poderia resultar em maiores volatilidades enquanto os investidores se preparam para a divulgação de resultados. No Brasil, a bolsa também não ficou imune às ações de Trump, com o Ibovespa recuando 1,43% e o dólar alcançando R$ 5,91, o maior valor registrado desde o fim de fevereiro.
Com um cenário tão turbulento, a postura da China se mostra firme, e as promessas de retaliação podem indicar que a disputa comercial entre as duas potências ainda está longe de uma resolução. A comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos dessa crise, que pode ter impactos diretos nas economias globais.