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CEO de Casa de Apostas Expõe Banco Após Encerramento de Conta: 'Nem na Lava Jato Fui Tocado!'

2024-11-02

Autor: Julia

Marcos Sabiá, braço direito de Marcelo Odebrecht e conhecido por seu envolvimento na Lava Jato, onde expôs um departamento voltado para a propina em conversas com o juiz Sergio Moro, está deixando o passado para trás e agora comanda a Galera Bet, uma subsidiária do grupo Playtech.

Com as novas regulamentações das casas de apostas no Brasil, Sabiá decidiu abrir uma conta para sua empresa no Santander, onde era cliente fiel há mais de 20 anos. Para sua surpresa, após a solicitação, recebeu a notificação de que não só a conta da empresa seria encerrada, mas sua conta pessoal também corria o mesmo risco.

O Santander, quando consultado, afirmou que não pode comentar sobre casos específicos de clientes, deixando Sabiá sem uma explicação clara. "É alarmante como ser CEO de uma casa de apostas pode acarretar um estigma maior do que trabalhar em uma empresa envolvida em corrupção", desabafou.

Em seu relato, Sabiá comenta que nunca teve problemas durante sua longa trajetória no banco e ficou perplexo com o repentino fechamento das contas. "A única razão plausível que encontrei foi o fato de eu ser o CEO de uma casa de apostas". Ele também mencionou que, ao investigar a situação, descobriu que outro diretor da Galera Bet também estava passando pelo mesmo cenário com seu banco.

Após formalizar uma reclamação junto ao Banco Central, Sabiá foi informado que a legislação permite que o banco encerre contas, desde que notifique os clientes com 30 dias de antecedência. O que ele considera injusto é o fato de ser tratado como um criminoso potencial sem justificativa adequada. "Fazemos parte de um grupo com capital aberto na bolsa de Londres, e temos todas as nossas contas auditadas. Ninguém pode afirmar que dinheiro fujão esteja em nossa conta", enfatiza.

A fala de Sabiá sobre a regulamentação do jogo foi ainda mais contundente: "Estamos prestes a ver um movimento de R$ 250 bilhões no Brasil, que agora terão que ser mantidos no país, permitindo que os bancos gerenciem esses recursos de maneira estruturada". Ele destacou que grupos como a Playtech estão se preparando para fusões e aquisições à medida que o mercado se expande.

Em relação à sua posição como pastor evangélico que comanda uma casa de apostas, Sabiá argumenta que seu papel é, na verdade, uma forma de intervenção ética. "Eu não faço isso apenas por motivos financeiros, mas para ajudar a transformar a percepção sobre o jogo. Em nossa plataforma, garantimos medidas rigorosas, como permitir que apenas usuários verificados possam apostar, o que não acontece em muitas partes da indústria".

Ele também tocou no preconceito em relação ao jogo no Brasil, especialmente entre evangélicos e católicos. Segundo Sabiá, cerca de 29% dos jogadores no Brasil são evangélicos, desafiando a ideia de que a religiosidade é o principal obstáculo para a legalização do jogo. "É hora de desconstruir esses dogmas e entender que a regulamentação pode, de fato, trazer benefícios sociais e econômicos".

Por fim, quando questionado sobre sua atual situação bancária, Sabiá revelou que conseguiu abrir uma conta em um banco de renome que reconhece sua posição no mercado. O caso de Marcos Sabiá acende uma discussão importante sobre preconceitos, regulamentação e o futuro das apostas no Brasil. O que mais está por vir nessa história?

Enquanto o mercado de apostas se expande e a regulamentação se torna realidade, o futuro parece promissor para as casas de apostas regulamentadas, mas a luta contra estigmas e preconceitos ainda é uma batalha a ser vencida.