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CEO da BlackRock revela: Mercado subestima a estabilidade das taxas de juros do Fed!

2024-10-01

Larry Fink, o bilionário CEO da BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo, fez uma declaração surpreendente ao afirmar que o mercado está equivocado ao precificar uma série de cortes nas taxas de juros do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos. Durante uma entrevista à Bloomberg, Fink destacou que a economia americana está em um caminho de crescimento, o que impossibilita uma flexibilização tão drástica como muitos preveem.

"Não vejo nenhum pouso", afirmou Fink em uma conversa na Berlinale Global Dialogue 2024, ressaltando que a quantidade de cortes possíveis demonstrada pela curva futura é irreal. Ele acredita que pode haver espaço para uma leve flexibilização, mas não na escala que o mercado sugere.

Atualmente, os mercados monetários indicam que há uma chance de 33% de que o Fed faça um corte de meio ponto percentual em sua próxima reunião em novembro. Além disso, as expectativas apontam para um total aproximado de 190 pontos-base de cortes até o final de 2024. No entanto, Fink se mostrou cético quanto à concretização dessas previsões, enfatizando que as políticas governamentais são mais inflacionárias neste momento.

Em setembro, o Fed já havia realizado um corte de meio ponto percentual, um movimento significativo e o primeiro desde 2020. Desde então, traders e analistas têm discutido sobre como o Fed deverá gerenciar a flexibilização monetária nos próximos meses. O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que a instituição irá reduzir as taxas "ao longo do tempo" e sublinhou que a economia dos EUA permanece robusta, prevendo que a inflação se mantenha em direção à meta de 2%.

"Existem áreas da economia que estão enfrentando desafios, mas também há setores que estão se saindo muito bem", disse Fink. Ele criticou a tendência de se focar apenas nas dificuldades, destacando que muitos segmentos estão prosperando.

Apesar da volatilidade nos mercados e das tensões geopolíticas, Fink acredita que o sistema financeiro não enfrenta riscos sistêmicos significativos, e que os lucros corporativos continuam robustos. "Hoje, a expansão dos mercados de capital global está permitindo uma diluição de riscos como nunca houve antes. De fato, o risco sistêmico é menor agora do que em qualquer outra época", assegurou.

Diante desse cenário, Fink sugere que investidores adotem uma visão mais ampla e analítica sobre a economia, ignorando a especulação excessiva que pode distorcer as decisões. A mensagem é clara: o crescimento sólido da economia americana pode surpreender aqueles que apostam em cortes abruptos nas taxas de juros.