Tecnologia

Ceará em Crise: Provedores de Internet Sofrem com Ataques e Perdem 10 Mil Clientes

2025-04-02

Autor: Julia

Os pequenos provedores de internet e telefonia no Ceará estão enfrentando uma crise alarmante devido aos ataques coordenados por grupos criminosos. De acordo com a Associação dos Provedores Do Ceará (Uniproce), essas companhias já perderam cerca de 10 mil clientes, resultando no fechamento de 15 provedores e na demissão de aproximadamente 200 funcionários.

A situação está afetando principalmente empresas menores, que representam 60% da banda larga fixa no Brasil. Muitas delas, como a GPX Telecom, que operava há nove anos em Caucaia, tiveram suas estruturas totalmente destruídas, o que impossibilitou a continuidade dos serviços. "Infelizmente, em menos de 20 minutos, atos de vandalismo devastaram tudo o que construímos com esforço e comprometimento", lamentou a GPX ao anunciar seu fechamento.

Enquanto isso, grandes operadoras como a Brisanet estão sentindo os efeitos; a empresa perdeu cerca de 2 mil clientes em Fortaleza e Caucaia. A pressão sobre as operadoras tem aumentado, com grupos criminosos exigindo que elas se associem a eles, cobrando até 60% dos lucros para garantir a continuidade de suas operações.

Com tantos ataques, que incluem incêndios a lojas e ameaças diretas a funcionários, a Uniproce expressa que não há sinais de melhora na situação. A crise se agrava a cada dia, com a possibilidade de que muitas pequenas empresas não consigam se recuperar financeiramente devido à perda de clientes e de infraestrutura crítica.

Thiago Ayub, pesquisador em tecnologia da informação, avaliou que se a situação persistir, o mercado de telecomunicações no Brasil pode perder competitividade, afetando não apenas o setor, mas também a economia de regiões periféricas que dependem dos serviços dessas operadoras.

As forças de segurança do Ceará realizam ações integradas que resultaram na prisão de pelo menos quarenta suspeitos relacionados aos ataques. No entanto, a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint) alerta que, sem uma ação enérgica, as provedoras nas regiões mais afetadas podem não conseguir retomar seus serviços num futuro próximo.

A crise atual evidencia a vulnerabilidade das pequenas prestadoras de serviços de telecomunicações, que são essenciais para a geração de emprego e a circulação de renda nas comunidades. O fechamento desses provedores poderá agravar ainda mais a situação econômica local, destacando a urgência de medidas efetivas para combater a violência e proteger as empresas.