Aracaju

A atriz Cassia Kis se tornou ré em um caso de homofobia após a Justiça Federal acolher uma denúncia contra ela por preconceito voltado à comunidade trans. O caso tramita na 2ª Vara Federal do Rio de Janeiro e levanta discussões importantes sobre o discurso de ódio e suas consequências.

A ação civil pública pode resultar em uma multa de até R$ 1 milhão, conforme documentos judiciais obtidos por fontes da imprensa. A denúncia foi apresentada pelo coletivo Antra (Articulação Nacional dos Transexuais) e pelo ator José de Abreu, que, emocionado, defendeu a causa em suas redes sociais.

Ao todo, três ações civis públicas foram protocoladas em 2022, mas somente agora uma delas foi aceita pela Justiça, que já designou o juiz Mauro Luis Rocha Lopes para o caso.

O processo contra a atriz foi desencadeado por declarações polêmicas que ela fez em uma entrevista para a jornalista Leda Nagle no YouTube, onde criticou a existência de pessoas transexuais e afirmou: "Não existe mais o homem e a mulher, mas a mulher com mulher e homem com homem. Essa ideologia de gênero que já está nas escolas quer destruir a família". O vídeo, que rapidamente viralizou, gerou uma onda de indignação nas redes sociais.

Além do processo atual, Cassia Kis enfrenta outra ação movida pelo Grupo Arco-Íris, uma ONG que luta pelos direitos da população LGBTQIA+. Eles exigem uma indenização coletiva de R$ 250 mil, que devem ser direcionados a programas de combate à LGBTfobia no meio cultural. A atuação de grupos de proteção à diversidade se torna cada vez mais essencial em um cenário onde rótulos e preconceitos ainda prevalecem.

Esse episódio serve como uma chamada de atenção para a necessidade de educar e promover respeito às diferenças, especialmente em um país que ainda convive com altos índices de violência contra a população LGBTQIA+. Enquanto as discussões sobre identidade de gênero e direitos humanos avançam, ações como a de Cassia Kis mostram como o debate ainda é conturbado e necessário.