A recente declaração de Joe Biden gerou um tumulto na temporada eleitoral dos Estados Unidos, refletindo a crescente tensão entre os candidatos à Casa Branca.

Em uma conferência dedicada a ativistas latinos, Biden fez comentários contundentes em resposta a falas consideradas racistas que vieram de um apoiador de Trump. O humorista Tony Hinchcliffe havia se referido a Porto Rico como uma "ilha flutuante de lixo", provocando reações em cadeia.

Na transcrição inicial feita por estenógrafos da Casa Branca, o presidente afirmou: 'O único lixo que vejo flutuando por aí são os apoiadores dele', referindo-se diretamente a Trump e sua retórica. No entanto, a versão oficial divulgada pela Casa Branca foi alterada para incluir um apóstrofo, fazendo com que a frase sugerisse que Biden estava se referindo apenas a um "apoiador" em específico, ao invés de generalizar sobre todos os apoiadores de Trump. Essa mudança causou indignação entre os profissionais de estenografia, que afirmaram que a manipulação comprometia a integridade do registro.

Segundo informações obtidas pela Associated Press, a alteração foi feita após consulta ao próprio Biden e levantou críticas sobre a falta de transparência e a manipulação de discursos em uma democracia.

A controversa situação teve repercussões rápidas. O porta-voz da Casa Branca, Andrew Bates, foi ativo nas redes sociais, tentando conter o impacto negativo que a fala de Biden poderia ter sobre o eleitorado. O ex-presidente Trump, percebendo a brecha, usou a situação para seu benefício, fazendo piadas e se associando à imagem de um caminhão de lixo em uma nova sessão de fotos, sinalizando desdém pela declaração do atual presidente.

Em um movimento notável, a vice-presidente Kamala Harris se afastou dos comentários de Biden, reforçando a necessidade de respeitar aqueles que votam de forma diferente, tentando distanciar-se de uma retórica polarizadora. "Se há críticas, que sejam baseadas em ações, não em escolhas eleitorais", disse Harris.

Além disso, republicanos na Câmara dos Deputados começaram a discutir a possibilidade de uma investigação sobre a edição da transcrição, acusando a equipe de Biden de manipular as palavras do presidente para fins políticos. Elise Stefanik e James Comer foram claros em afirmar que a integridade da palavra presidencial não pode ser questionada ou alterada por motivações partidárias.

Se a controvérsia irá influenciar a campanha presidencial ainda está em debate, mas já é certo que o incidente se tornará um ponto crucial nas campanhas de ambos os lados, refletindo uma eleição que promete ser cada vez mais polarizada.