Homenagens ao Lendário Jaguar

O icônico cartunista Jaguar, fundador do renomado jornal satírico 'Pasquim', teve suas cinzas jogadas em bares do Rio de Janeiro e de São Paulo, conforme sua vontade expressa em um cartório e em seu livro autobiográfico. Ele faleceu na última segunda-feira (25) e deixa um legado repleto de humor e crítica social.

Um Último Brinde em Seus Locais Favoritos

Em seu livro "Confesso que Bebi - Memórias de Um Amnésico Alcoólico", publicado em 2001, Jaguar brincou sobre o destino de suas cinzas, sugerindo que deveria ser feita uma incineração de um velho pangaré, caso as cinzas fossem insuficientes. Os estabelecimentos que receberão suas cinzas incluem o Bracarense e o Jobi, localizados no Leblon, zona sul do Rio, que ainda resistem no tempo.

Despedida Entre Amigos

Durante o velório, amigos e admiradores compartilharam histórias e risadas sobre o cartunista. O ator Otávio Augusto, mesmo com a lembrança de que Jaguar havia abandonado o álcool, não perdeu a oportunidade de brindar à sua memória de boêmio. "Ele diria: 'pode vir que aqui tá bom'", refletiu Stepan Nercessian, relembrando momentos de descontração ao lado do artista.

Um Legado Inigualável

Jaguar, que trabalhou por mais de 20 anos no 'Pasquim', é lembrado como um grande nome entre os cartunistas brasileiros, ao lado de figuras ilustres como Millor Fernandes e Henfil. Com seu estilo único, ele deixou uma marca indelével na produção cultural do país, se tornando uma referência antes mesmo do surgimento do termo 'influencer'.

Reflexões sobre a Morte e a Vida

Em memórias escritas, Jaguar refletiu sobre o ato de planejar a própria morte, afirmando que a cremação era uma forma de evitar o sofrimento dos que ficam. Ele expressou a intenção de que suas cinzas fossem espalhadas pelos bares onde viveu momentos inesquecíveis, uma forma de eternizar sua relação com a boemia e a cultura.

Um Último Capítulo no Bar

As palavras do poeta Ruy Espinheira Filho ecoam a preocupação de que as cinzas possam não ser suficientes para tantos bares frequentados. Entretanto, a proposta de Jaguar de encerrar sua vida em celebração reflete seu espírito irreverente e cheio de vida, uma despedida digna de um verdadeiro amante da alegria.

Entre risos, lágrimas e histórias, Jaguar, o cartunista que se despediu de forma inusitada, segue vivo na memória e no coração de seus amigos e admiradores.