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Carros eletrificados podem representar 65% das vendas de novos veículos até 2035, revela Anfavea

2024-09-29

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) anunciou uma previsão empolgante: até 2035, dois terços das vendas de veículos novos no Brasil serão de automóveis eletrificados. Essa informação foi divulgada em uma apresentação recente, embasada por uma pesquisa da Boston Consulting Group (BCG) realizada durante o primeiro semestre do ano.

O estudo consultou diretores executivos de montadoras e ouviu 3 mil consumidores, abrangendo todas as regiões do país. O crescimento da demanda por veículos eletrificados, que incluem tanto os totalmente elétricos quanto os híbridos, está em ascensão. Para o próximo ano, estima-se que essa categoria já represente cerca de 13% das vendas totais de veículos novos.

Dentre as categorias de veículos eletrificados, podemos destacar:

Híbrido leve (MHEV)

Esse sistema utiliza a bateria para apoiar o motor em acelerações e abastecer componentes elétricos, como ar-condicionado, resultando em um consumo médio de 13 km/l.

Híbrido pleno (HEV)

Os carros com esse sistema são mais avançados, utilizando um motor elétrico para impulsionar as rodas e apresentando economias consideráveis de combustível, com consumo próximo de 20 km/l.

Híbrido plug-in (PHEV)

Estes modelos contam com baterias maiores, permitindo a condução em modo 100% elétrico por distâncias entre 30 e 120 km, além de terem a capacidade de oferecer um consumo que supera os 40 km/l na modalidade híbrida.

Olhos no Futuro: Projeções de 2040

Apesar do crescente mercado de eletrificados, a Anfavea prevê que mesmo em 2040, os veículos a combustão continuarão a dominar as ruas brasileiras. As estimativas são as seguintes:

- Motor flex (etanol e gasolina): 40% - Motor totalmente elétrico: 9% - Híbrido leve: 8% - Híbrido pleno: 7% - Motor somente a gasolina: 3% - Motor somente a diesel: 3% - Híbrido plug-in: 2%

Desafios à Vista

Para o Brasil abraçar essa transição, a infraestrutura de recarga precisa urgentemente ser ampliada. Atualmente, existem apenas 4.230 pontos de recarga públicos, com a maior concentração destes (1.121) em São Paulo. Isso representa 26,5% do total de opções disponíveis no país. Com cerca de 78 mil veículos elétricos circulando, isso se traduz em mais de 18 carros para cada ponto de recarga.

“A infraestrutura no Brasil é um grande desafio. Hoje, cerca de 90% dos proprietários de veículos elétricos realizam as recargas em casa”, afirma Luiz Carlos Moraes, vice-presidente da Anfavea. Ele complementa que a indústria está investindo em tecnologias de carregamento mais rápidas, o que pode aumentar a segurança e a confiança dos novos consumidores.

Além da infraestrutura, a produção nacional de carros elétricos ainda é incipiente. Cláudio Sahad, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), aponta que mesmo com a instalação da primeira fábrica dedicada a esses veículos, a produção em larga escala deve levar tempo.

Progresso nas Frotas de Ônibus

No entanto, o cenário é mais otimista para ônibus elétricos, com empresas como BYD e Mercedes-Benz já fabricando em solo brasileiro. Esses modelos são uma solução mais viável atualmente em comparação com o que se espera para o mercado de carros elétricos.

Conclusão: O que vem a seguir?

O futuro dos veículos eletrificados no Brasil é promissor, mas depende fortemente de melhorias na infraestrutura de recarga e na capacidade produtiva local. A pressão para reduzir as emissões de carbono e a demanda por tecnologias mais sustentáveis continuará a moldar o setor automotivo nos anos vindouros.