O sistema de matrícula gerido pela Secretaria de Educação de Feira de Santana está fora do ar desde o último domingo (22) devido à inadimplência da Prefeitura, que acumula 10 meses de atrasos nos pagamentos. A empresa Wimaxi Tecnologia, responsável pela plataforma Sagres, confirmou o bloqueio temporário que afeta diretamente 223 escolas e mais de 50 mil alunos na cidade.

A Wimaxi emitiu uma nota onde explica que essa decisão foi um último recurso, adotado após tentativas frustradas de regularizar a situação. Mesmo diante do atraso significativo, a empresa manteve sua operação em funcionamento na esperança de resolver o impasse de forma amigável. “Nosso compromisso com a qualidade e a continuidade de nossas soluções sempre foi uma prioridade. Assim que o pagamento correto for recebido, o serviço será imediatamente reestabelecido”, disse a empresa.

Impactos Imediatos na Rede Municipal

A interrupção do sistema ocorre em um momento crítico, em plena época de matrículas e encerramento do ano letivo, quando as escolas precisam finalizar a emissão de notas e relatórios. Um professor da rede municipal, que optou por manter sua identidade em sigilo, expressou sua frustração: “Estamos impossibilitados de fechar as notas e as cadernetas dos alunos. O sistema está indisponível desde o domingo por falta de pagamento e, pelo que sabemos, são vários meses em atraso.”

A situação não é exclusiva do setor educacional. Outras áreas do governo municipal também estão enfrentando problemas semelhantes devido à falta de pagamentos a fornecedores. Recentemente, a cidade viveu a suspensão da coleta de lixo, o que gerou ainda mais indignação entre os cidadãos. A empresa Sustentare retomou o serviço após uma reunião com a Prefeitura, mas muitos bairros ainda sofrem com a falta de coleta.

A administração municipal liderada pelo prefeito Colbert Martins Filho não se pronunciou sobre o impasse com a Wimaxi Tecnologia, e a falta de uma manifestação oficial só aumenta as especulações e descontentamento entre a população.

Servidores em Crise

Além disso, diversos servidores terceirizados das áreas de Saúde e Educação também enfrentam atrasos nos salários, criando um clima de insegurança e descontentamento. Muitas famílias passaram o final do ano e o Natal lidando com a incerteza financeira. A situação é alarmante e demanda uma resposta imediata da gestão municipal para evitar um colapso ainda maior nos serviços públicos da cidade.

Em meio a todo esse caos, a população de Feira de Santana se pergunta: até quando essa crise se prolongará e quais serão as consequências para os estudantes e professores envolvidos?