Candidato opositor revela coerção para reconhecer vitória de Maduro e deixar a Venezuela
2024-09-18
Autor: Maria
Declarações de Edmundo González sobre coerção
O líder da oposição venezuelana, Edmundo González, fez declarações explosivas nesta quarta-feira (18), alegando que foi forçado a assinar um documento reconhecendo a vitória de Nicolás Maduro nas recentes eleições presidenciais. A assinatura desse termo foi uma condição imposta pelo governo para que ele pudesse deixar o país, onde estava escondido devido a perseguições políticas.
Pressão e chantagem durante o encontro na embaixada
González afirmou que enfrentou uma situação de extrema pressão, sendo visitado por membros do governo Maduro na embaixada espanhola em Caracas. Durante esse encontro, ele recebeu um ultimato: ou aceitava o reconhecimento da vitória de Maduro, ou enfrentaria consequências severas. 'Foram horas de intensa coação, chantagem e pressões', disse o opositor.
Asilo político na Espanha e nulidade da assinatura
Após essa experiência angustiante, González conseguiu pedir asilo político na Espanha, onde se encontra atualmente. Em suas palavras, ele saiu da Venezuela para evitar um conflito maior e reiterou que a assinatura do documento possui 'nulidade absoluta' devido à coação sofrida. Essa contestação à vitória de Maduro é respaldada por significativas alegações de irregularidades nas eleições, com a comunidade internacional exigindo o acesso às atas eleitorais que comprove a legitimidade dos resultados.
Resposta do governo Maduro e negação das acusações
O governo Maduro, por sua vez, respondeu com veemência às alegações de González. Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional, desmentiu as declarações do opositor e afirmou que ele assinou o documento de forma voluntária, ameaçando até mesmo revelar gravações que provam sua inocência. Rodríguez questionou também a narrativa de González sobre a coerção, apontando o fato de que uma de suas filhas ainda reside tranquilamente na Venezuela.
Reação de Maduro e o cenário político atual
Em meio a esse turbilhão de acusações, Maduro, em um tom que mescla sarcasmo e desprezo, desejou 'sorte em sua nova etapa da vida' a González, reforçando a ideia de que agora o país está 'tranquilo'. Tal comentário surge enquanto a Venezuela enfrenta um impasse político significativo, após as eleições contestadas de 28 de julho de 2024, onde o Conselho Nacional Eleitoral declarou Maduro como vencedor, uma vitória amplamente contestada pela oposição.
Investigações e acusações contra González
O cenário político no país se torna ainda mais tenso com a abertura de investigações contra González por parte do Ministério Público, que alega que ele cometeu crimes como usurpação de funções e falsificação de documentos por supostamente incitar atividades ilegais. Essas acusações surgem após González ter faltado a três convocações para depor sobre as evidências que a oposição afirma ter reunido acerca da fraude eleitoral.
A situação crítica na Venezuela
A situação na Venezuela segue crítica, com a oposição clamando por um processo eleitoral justo e transparente, enquanto o governo se utiliza de estratégias de intimidação e repressão para silenciar vozes contrárias. O panorama político ainda se desenha nebuloso, com as instituições públicas claramente alinhadas à figura de Maduro. A comunidade internacional observa atentamente, com repercussões notáveis nas relações diplomáticas da Venezuela com diversos países ao redor do mundo.