Saúde

Câncer de Testículo: Mais de 47 Mil Cirurgias em Uma Década e Um Alerta Urgente

2025-04-02

Autor: Carolina

Nos últimos 10 anos, o câncer de testículo resultou em mais de 47 mil cirurgias de orquiectomia (remoção de um ou ambos os testículos) no Brasil, com mais de 4 mil mortes registradas nesse período. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) destaca urgentemente a importância do diagnóstico precoce para aumentar as chances de cura.

O que realmente está acontecendo?

Entre 2015 e 2024, foram contabilizadas 47.928 cirurgias desse tipo, evidenciando um aumento preocupante na incidência da doença. Entre 2014 e 2023, mais de 4 mil homens perderam a vida devido a essa condição, sendo 60% deles na faixa etária de 20 a 39 anos.

Campanha Abril Lilás

Para alertar a população sobre o câncer de testículo, a SBU promove a campanha Abril Lilás, que visa aumentar a conscientização sobre a autoexame e a detecção precoce.

A importância do autoteste

O autoexame é uma ferramenta vital para detectar alterações nos testículos. A SBU recomenda que ele seja realizado em pé, durante o banho ou em frente ao espelho. O procedimento envolve apalpar os testículos, comparando um lado com o outro e observando possíveis nódulos ou mudanças no tamanho, além de dores no abdome, na virilha ou no escroto.

Sinais de alerta e fatores de risco

Sinais como caroços ou inchaços em um dos testículos devem ser observados. Outras alterações na textura e desconfortos abdominais, fraqueza, tosse e falta de ar também são preocupantes. Fatores de risco incluem histórico familiar e condições como a criptorquidia, onde um ou ambos os testículos não descem para o saco escrotal. Homens que já receberam radiação ou têm alterações genéticas são considerados de alto risco.

Embora o câncer de testículo seja raro, representando cerca de 5% dos tumores urológicos, é o tipo mais comum entre homens jovens, incidindo principalmente na faixa etária de 15 a 40 anos. A boa notícia é que, quando detectado precocemente, as taxas de cura são extremamente altas, segundo Karin Jaeger Anzolch, diretora de comunicação da SBU.

Tratamentos e Impacto na Fertilidade

Além da cirurgia, o tratamento pode incluir quimioterapia ou radioterapia, mas a preservação da fertilidade é uma preocupação crítica. É fundamental que os pacientes conversem com seus médicos sobre a possibilidade de congelamento de sêmen antes de iniciar qualquer tratamento, pois o câncer de testículo pode impactar a capacidade de ter filhos. Apesar de a remoção do testículo afetado normalmente não comprometer a fertilidade se o outro testículo estiver saudável, os tratamentos subsequentes podem afetar a produção de espermatozoides, alerta André Salazar, especialista em câncer de testículo da SBU.

A crescente necessidade de conscientização

Taxas alarmantes de diagnóstico em homens jovens que estão em plena vida social e profissional reforçam a urgência de campanhas e esforços para esclarecer a população sobre a importância do diagnóstico precoce e do autoexame.

Não deixe a sua saúde para depois: faça o autoexame e converse com seu médico! O câncer de testículo pode ser tratado, e suas chances de cura aumentam significamente quando detectado precocemente.