Câncer de Pâncreas: A Doença Silenciosa que Levou Léo Batista
2025-01-20
Autor: Ana
O Brasil perdeu um ícone do jornalismo esportivo: Léo Batista faleceu no último domingo (19), aos 92 anos, após uma batalha contra o câncer de pâncreas. O jornalista estava internado no Hospital Rios D'Or, na Freguesia, zona oeste do Rio de Janeiro, e sua morte levanta questões cruciais sobre essa doença quase sempre letal.
O câncer de pâncreas é um dos mais agressivos, com uma taxa de mortalidade alarmante, principalmente devido ao diagnóstico tardio. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), esse tipo de câncer não costuma apresentar sintomas em estágios iniciais, o que dificulta sua identificação precoce.
Fatores de Risco Alarmantes
Estudos indicam que cerca de 10% a 15% dos casos de câncer de pâncreas têm uma origem hereditária, que pode ser associada a síndromes como: - Câncer de mama e de ovário hereditários relacionados aos genes BRCA1, BRCA2 e PALB2; - Síndrome de Peutz-Jeghers; - Pancreatite hereditária.
Fatores de risco não hereditários incluem: - Tabagismo, - Obesidade, - Diabetes mellitus, - Exposição a determinadas substâncias químicas, como solventes e agrotóxicos, que são particularmente preocupantes para trabalhadores da agricultura e de indústrias químicas.
Sintomas que Merecem Atenção
Os sintomas mais comuns do câncer de pâncreas incluem fraqueza, perda de peso inexplicada, falta de apetite, dor abdominal, urina escura e icterícia, que se manifesta pela coloração amarelada da pele e dos olhos. A diversidade de sintomas é um dos principais obstáculos para o diagnóstico precoce.
Adicionalmente, o surgimento de diabetes em adultos pode ser um sinal de alerta. O Inca destaca que a diabetes pode tanto ser um fator de risco como um sinal precursor do câncer pancreático.
Detecção Precoce: Uma Esperança
A detecção precoce é fundamental para aumentar as chances de tratamento eficaz e inclui exames clínicos e laboratoriais. Contudo, não há consenso científico de que o rastreamento para o câncer de pâncreas realmente ofereça mais benefícios do que riscos, o que torna essas práticas controversas até o momento.
Diagnóstico e Tratamento: A Luta Contínua
O diagnóstico é tipicamente confirmado por meio de exames de imagem, como tomografia e ressonância magnética, juntamente com análise de marcadores tumorais, como o Ca 19.9. O tratamento varia conforme o tipo de tumor e o estado geral do paciente, sendo que a cirurgia é a única forma potencialmente curativa, mas infelizmente é aplicável apenas a uma minoria dos casos, pois a maioria dos diagnósticos ocorre em fases avançadas.
Quando a cirurgia não é uma opção, quimioterapia e radioterapia emergem como alternativas, sempre com o suporte necessário para aliviar os efeitos colaterais.
Prevenção: O Caminho Mais Seguro
Para prevenir o câncer de pâncreas, o Inca aconselha adotar um estilo de vida saudável: - Não fumar e evitar exposição ao fumo passivo; - Manter um peso saudável, visto que a obesidade tem forte ligação com o desenvolvimento do câncer.
A morte de Léo Batista não é apenas uma perda para o jornalismo, mas também um chamado à atenção sobre o câncer de pâncreas, uma doença que continua a surpreender até mesmo os especialistas. Conhecer os fatores de risco e os sinais de alerta pode fazer a diferença e salvar vidas.