Saúde

Câncer de Mama na População Trans: Cirurgias e Hormônios Realmente Aumentam os Riscos?

2024-10-28

Autor: Julia

Quando se trata de câncer de mama, ninguém está a salvo, e isso é especialmente verdadeiro para a população trans. As particularidades do uso de hormônios e das cirurgias de transição podem fazer com que a doença se manifeste de forma diferente neste grupo. O ginecologista Emmanuel Nasser, especialista em cuidados com a população LGBTQIA+, enfatiza que o setor da saúde ainda é marcado por transfobia e ineficiência no cuidado dessas identidades.

Além da dificuldade em retornar para dados científicos confiáveis, há uma falta significativa de sensibilidade social. Pessoas trans e travestis frequentemente enfrentam barreiras para serem reconhecidas e exigem políticas que assegurem dignidade e cidadania. Emmanuel Nasser, ginecologista especializado em atender a população LGBTQIA+

Esta negligência pode complicar o diagnóstico do câncer de mama, prejudicando o tratamento e reduzindo as chances de recuperação. Portanto, é essencial que a população transgênero fique atenta aos riscos e sinais da doença.

"A discriminação nas instituições de saúde pode fazer com que pessoas trans evitem a busca por atendimento médico. Por exemplo, homens trans podem sentir que não precisam realizar mamografias após a mastectomia, quando na verdade, ainda existe um risco residual", explica Thiago Assunção, oncologista do Instituto Paulista de Câncer (IPC).

Quais são os Riscos

Os hormônios administrados a muitas pessoas trans durante a transição podem elevar o risco de câncer de mama, especialmente se a terapia hormonal não for feita com orientação médica adequada. A simples presença das glândulas mamárias já representa um risco, independentemente da identidade de gênero. "O uso de hormônios pode aumentar esse risco devido ao maior estímulo nas células mamárias", afirma o oncologista Thiago Assunção.

Emmanuel Nasser observa que a relação entre terapias hormonais e aumento do risco de câncer parece ser menor quando comparada à população cisgênera, mas ainda há uma carência de dados epidemiológicos e científicos que possam avaliar o risco real. "A probabilidade de desenvolvimento de um tumor está muito mais ligada a hábitos de vida, ao envelhecimento e a fatores genéticos", afirma o especialista.

Além disso, a conscientização e a educação sobre a saúde são fundamentais para a comunidade trans. Muitas vezes, a falta de informações adequadas resulta em diagnósticos tardios, o que pode ser crucial para o tratamento eficaz do câncer de mama. Portanto, campanhas de saúde voltadas para essa população são essenciais.

Por fim, o acesso a serviços de saúde inclusivos e respeitosos não é apenas uma questão de dignidade, mas também uma necessidade que pode impactar diretamente na detecção precoce e na sobrevida das pessoas trans diagnosticadas com câncer. A luta por uma saúde justa e sem discriminação deve ser uma prioridade!