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Campos Neto Expressa Preocupação com Apostas no Brasil e os Riscos de Inadimplência

2024-09-24

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, revelou nesta terça-feira (24) uma preocupação crescente com o aumento das apostas esportivas online, popularmente conhecidas como “bets”. Durante a J. Safra Brazil Conference 2024 em São Paulo, ele destacou que esse fenômeno pode ter implicações negativas para a inadimplência das famílias brasileiras.

Embora o Banco Central não desempenhe um papel ativo na regulação das plataformas de apostas, Campos Neto informou que a instituição tem fornecido informações relevantes ao governo a respeito dessa questão emergente. "Uma parte significativa da população que recebe o Bolsa Família está se envolvendo nas apostas", alertou Campos Neto. "O crescimento das bets no Brasil é alarmante e está fortemente correlacionado com grupos de baixa renda, que têm mostrado um aumento substancial em suas atividades de apostas."

Recentemente, uma reportagem da Reuters destacou que os gastos em apostas têm gerado endividamento e impactos significativos na saúde mental de diversas famílias, além de afetar setores da economia, como consumo e poupança. Essa situação levanta questões sobre a sustentabilidade financeira de muitas famílias, especialmente aquelas em vulnerabilidade econômica.

Campos Neto também mencionou que a percepção do Banco Central sobre os possíveis efeitos das apostas na inadimplência é cada vez mais clara. “O crescimento das bets no Brasil tem sido rápido e isso é motivo de preocupação”, afirmou. Para ilustrar essa tendência, ele revelou que o uso do sistema de pagamento Pix para fazer apostas aumentou impressionantes 200% desde janeiro deste ano.

Com a crescente popularidade das apostas online, a sociedade e o governo enfrentam o desafio de equilibrar a regulação do setor e a proteção dos cidadãos contra os riscos associados ao jogo. Com isso, muitos especialistas alertam que será necessário implementar iniciativas de conscientização e suporte para aqueles que possam estar à beira da crise financeira devido a essas práticas.