Câmera corporal revela ameaças de policiais antes da execução de estudante em hotel na Vila Mariana, São Paulo
2025-01-11
Autor: Mariana
Um trágico incidente no bairro Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo, deixou a sociedade em choque após a divulgação de imagens de uma câmera corporal que registrou os momentos finais do estudante de medicina, Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos. O vídeo revela que, antes de disparar, o policial militar Guilherme Augusto Macedo proferiu ameaças ao jovem, brandindo a arma em sua direção.
Marco Aurélio havia se refugiado em um hotel após um desentendimento com a viatura da polícia. O vídeo mostra Macedo gritando: "Você vai se f***, filho da p***. Deita, se não você vai tomar!". As ameaças, conforme registrado, foram feitas enquanto ele perseguia o estudante.
A situação escalou rapidamente. Marco Aurélio, que havia tentado se defender ao dar um tapa no retrovisor da viatura, foi confrontado dentro do hotel. As imagens mostram Macedo entrando armado, enquanto seu parceiro, Bruno Carvalho do Prado, chuta o estudante, que em uma tentativa de se defender, agarra a perna de Bruno, fazendo-o cair. Nesse momento, Macedo dispara sua arma, atingindo Marco no abdômen.
Mesmo ferido, o estudante pediu: "tira a mão de mim", enquanto o policial o ameaçava novamente: "Se você mexer, vai tomar mais um". Cansado e ferido, Marco Aurélio respondeu: "Tá bom, eu perdi. Eu perdi."
Após o disparo, o policial continuou a questionar o estudante sobre sua reação, requerendo um atendimento médico para Marco apenas após perceber a gravidade da situação. Ele foi levado ao Hospital Ipiranga, onde não sobreviveu a uma cirurgia de emergência.
Esse caso ocorreu na madrugada do dia 20 de novembro e levantou questões sérias sobre o uso excessivo da força por parte das forças policiais. A Polícia Civil rapidamente pediu a prisão preventiva dos policiais envolvidos, descrevendo a abordagem como desproporcional. O Ministério Público de São Paulo acusou os agentes de homicídio qualificado, destacando a intenção torpe e a falta de defesa da vítima.
O incidente gerou uma onda de manifestações nas redes sociais demandando justiça e questionando a conduta da polícia nas operações e abordagens. A comunidade clama por mais transparência e responsabilidade nas ações policiais e uma revisão das práticas de segurança.