Café pela Manhã: Vilão ou Mocinho? Descubra a Verdade Sobre o Cortisol!
2025-01-09
Autor: Maria
Nos últimos anos, o café tem estado no centro de muitas polêmicas. Apesar de diversos estudos destacarem os benefícios do consumo moderado, a bebida é frequentemente acusada de causar danos à saúde. Recentemente, surgiu a ideia de que o consumo de café logo pela manhã poderia interferir no processo natural de despertar, aumentando a tolerância à cafeína e estimulando a secreção de cortisol, conhecido como o hormônio do estresse.
Mas será que essa visão é realmente justa? De acordo com Cláudia Schimidt, endocrinologista e professora na pós-graduação do Hospital Israelita Albert Einstein, essa conexão entre a cafeína e o aumento do cortisol não é tão alarmante. Segundo ela, a relação entre o consumo de café e a produção de cortisol é indireta e, em geral, não apresenta evidências significativas de malefícios à saúde, exceto em pessoas particularmente sensíveis ou em casos de consumo excessivo.
"Vale lembrar que o que chamamos de 'terrorismo nutricional' considera muitos alimentos como vilões, mas isso nem sempre reflete a realidade, pois o equilíbrio é fundamental", afirma Schimidt. Na verdade, o café tem sido associado a uma série de benefícios, como proteção cardiovascular e redução do risco de diabetes, além de potenciais impactos positivos na saúde mental, ajudando no combate à depressão e em distúrbios neurodegenerativos.
Entretanto, a moderação é crucial. O consumo excessivo de cafeína pode levar a problemas, como taquicardia, arritmias e aumento da ansiedade, conforme destaca a nutricionista Letícia Ramalho, doutora em Cronobiologia e Sono pela UFRGS. E o importante é ter cuidado com a suplementação indiscriminada de cafeína, que pode desencadear esses problemas.
Apesar das preocupações sobre o cortisol, a endocrinologista explica que ele é essencial para várias funções no corpo, incluindo a regulação da pressão arterial e a resposta ao estresse. A produção de cortisol urma um ritmo biológico, que começa a aumentar na madrugada, atinge o pico ao acordar, e diminui ao longo do dia, preparando o organismo para a atividade e o relaxamento noturno.
Por outro lado, o consumo de café perto da hora de dormir é uma preocupação válida. A cafeína pode interferir no sono ao bloquear a adenosina, um neuromodulador que facilita o descanso. Assim, recomenda-se evitar a ingestão de café nas horas que antecedem o sono. Pesquisadores sugerem que é melhor consumir café pelo menos 7 a 9 horas antes de dormir, e idealmente, a última xícara deve ser consumida até as 15 horas.
Quanto à quantidade ideal, diretrizes recomendam até quatro xícaras diárias para um adulto saudável, sem ultrapassar 400mg de cafeína por dia. Em média, uma xícara de café coado contém cerca de 100mg de cafeína e uma xícara de café expresso concentra cerca de 150mg em uma menor porção.
Em resumo, o café pode ser um aliado valioso para a saúde se consumido de maneira consciente. Então, antes de renunciar à sua primeira xícara do dia, lembre-se: com moderação, essa bebida pode te proporcionar muito mais do que você imagina!