Um trágico incidente chocou a comunidade do Bairro Cidade Jardim, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, onde um idoso de 84 anos foi preso após matar seu enteado de 36. O motivo? A defesa de sua esposa, também idosa, que estava sendo ameaçada durante uma discussão sobre dinheiro para drogas.

O crime ocorreu na tarde da última quinta-feira (9), quando a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) foi acionada por volta das 15h40. Ao chegar no local, as autoridades encontraram a vítima caída em uma cadeira, com um ferimento no tórax e já sem sinais vitais.

A mãe da vítima, uma idosa de 66 anos, relatou que seu marido foi o responsável pelo golpe fatal, porém ele não estava em casa no momento da visita policial. Após buscas, o idoso foi localizado na parte dos fundos da residência e, ao ser abordado, aceitou a responsabilidade pelo ato.

De acordo com o idoso, seu enteado frequentemente chegava em casa sob o efeito de drogas e embriagado, e costumava agredi-los. No dia do incidente, houve uma discussão intensa, onde o enteado, em fúria, quebrou um banco e se dirigiu à mãe, pronto para agredi-la. Para proteger sua esposa, o idoso tentou intimidar o agressor mostrando uma tesoura, mas sem sucesso. Em um momento de desespero, ele desferiu um golpe, alegando legítima defesa.

A esposa do autor do crime, que presenciava a cena, estava profundamente abalada e não conseguiu fornecer seu depoimento. Entretanto, a irmã da vítima, que também é enteada do idoso, compareceu à cena e confirmou que seu irmão era um usuário de drogas violento e que as agressões à família eram frequentes. Ela própria se mudou para escapar da violência.

Os testemunhos indicam que a saúde do idoso, que já luta contra um câncer de próstata, é bastante debilitada, ele é cego de um olho e utiliza muletas para se locomover. A irmã da vítima acredita que a ação do padrasto foi uma tentativa de defesa em uma situação extrema, especialmente considerando o histórico de agressões.

Esse caso levanta questões sobre a violência doméstica e a proteção aos idosos, que muitas vezes se tornam vítimas em suas próprias casas. A situação é cada vez mais comum e revela a urgência de um debate mais amplo sobre os direitos e a segurança dos mais vulneráveis em nossa sociedade.