Bruno Henrique, o atacante da equipe do Flamengo, é o centro de uma operação da Polícia Federal (PF) chamada Spot-fixing, que ocorreu nesta terça-feira. Essa ação foi realizada em conjunto com o Ministério Público do Distrito Federal (MPDF) e recebeu apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ.)

As investigações apontam que, há cerca de um ano, durante uma partida válida pelo Campeonato Brasileiro de 2023 contra o Santos, Bruno Henrique teria forçado uma falta que resultou em um cartão amarelo, supostamente para beneficiar familiares no mercado de apostas. O evento polêmico culminou na expulsão do jogador no final do jogo.

Como parte da operação, a PF cumpriu 12 mandados de busca e apreensão em várias localidades, incluindo o Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vespasiano, Lagoa Santa e Ribeirão das Neves. Entre os alvos estão o irmão de Bruno Henrique, sua cunhada e dois amigos próximos.

Os locais alvos da operação incluem a residência do jogador na Barra da Tijuca, o Ninho do Urubu (centro de treinamento do Flamengo) e a sede do clube, situada na Gávea.

A investigação foi iniciada após uma denúncia enviada pela Unidade de Integridade da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Relatórios da International Betting Integrity Association (IBIA) e da Sportradar indicam que houve um volume incomum de apostas relativas a cartões durante o jogo Flamengo x Santos, levantando suspeitas.

Contudo, as informações adquiridas por meio de apostas demonstraram que parentes de Bruno tinham apostado que ele receberia um cartão amarelo, o que, de fato, ocorreu.

De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), esse caso configura um crime contra a incerteza do resultado esportivo, classificado na Lei Geral do Esporte, com pena que pode chegar de 2 a 6 anos de reclusão.

O incidente ocorreu em 1º de novembro de 2023, durante a 31ª rodada do Campeonato Brasileiro na qual o Flamengo tinha o mando de campo, optando pelo Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Durante o segundo tempo, Bruno recebeu um cartão amarelo por falta em Soteldo, do Santos, e, devido a reclamações excessivas ao árbitro Rafael Klein, acabou recebendo um segundo amarelo e sendo expulso.

Estas revelações têm gerado uma enorme repercussão entre torcedores, que estão chocados com a possibilidade de manipulação de resultados por um atleta de destaque em um dos maiores clubes do Brasil. A situação reflete um momento delicado para o futebol nacional, que já enfrenta críticas sobre a segurança e integridade nas apostas esportivas.