Nação

Braga Netto Refuta Acesso Amplo à Investigação Sobre Golpe

2025-01-24

Autor: Pedro

Na última sexta-feira (24.jan.2025), a defesa do general Walter Braga Netto contestou afirmações do ministro do STF, Alexandre de Moraes, a respeito do acesso a documentos relacionados à investigação de uma suposta tentativa de golpe de Estado. De acordo com Moraes, o requerido acesso já estaria garantido, o que levou à rejeição do pedido feito pela defesa.

O ministro alegou que a tramitação da investigação é pública e que advogados têm a facilidade de solicitar cópias dos documentos e mídias na Secretaria Judiciária da Corte.

Braga Netto, por sua vez, enfatizou um desencontro de informações, afirmando que tinha dificuldade de acessar os documentos salvaguardados, uma realidade que se perpetua desde o início das investigações. Ele detalhou que, logo no primeiro dia útil de 2025, sua defesa buscou sem sucesso obter acesso aos materiais, sendo informado de que deveria fazer um requerimento formal, o que foi realizado posteriormente, em 20 de janeiro.

Historicamente, essa situação parece ter ocorrido também com as defesas de outros investigados relacionados ao caso, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, e a dificuldade em ter acesso aos documentos complicaria ainda mais a defesa, dado que o requerente está preso há mais de 30 dias.

PEDIDO DE ACESSO

O pedido de acesso às informações foi apresentado pelos advogados de Braga Netto, que pediram acesso a todos os registros do processo, incluindo a gravação da colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

A investigação foi intensificada após uma mudança significativa no depoimento de Mauro Cid, que levou Moraes a decretar a prisão de Braga Netto. Desde então, o general enfrenta acusações de obstrução de Justiça e suposta participação na tentativa de golpe.

Durante uma audiência realizada em novembro de 2024, Cid alegou ter se encontrado com Braga Netto, onde teria recebido uma bolsa com dinheiro. A transcrição deste depoimento causou alvoroço, e os advogados do general solicitaram a gravação em vídeo do encontro, buscando provar as alegações de mentira por parte de Cid, que, segundo um dos advogados, teria mentido repetidamente durante seu testemunho.

A OPERAÇÃO CONTRAGOLPE

A investigação faz parte da Operação Contragolpe, iniciada pela Polícia Federal em 19 de novembro de 2024, que busca desmantelar uma suposta organização criminosa planejando um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito em 2022.

Além de Braga Netto, ex-presidente Jair Bolsonaro e outros envolvidos foram indiciados com base em indícios de que teriam tramado contra a estabilidade democrática do país. Os agentes também estão observando um grupo de militares, conhecidos como 'kids pretos', que estariam associados a uma suposta tentativa de execução do presidente e de seu vice, Geraldo Alckmin.