
Bradesco Eleva Brasil a 'Overweight' em Meio ao 'Excepcionalismo' da América Latina
2025-05-08
Autor: Maria
Em um movimento surpreendente, o Bradesco BBI recomenda que investidores aumentem suas posições em ações brasileiras, destacando as vantagens competitivas do Brasil no cenário global.
Sob a liderança do estrategista Ben Laidler, o banco identifica um "excepcionalismo" da América Latina, que tem mostrado um desempenho impressionante, batendo recordes de valorização em 2025. Esse fenômeno é esperado para continuar, à medida que a região se recupera com crescimento robusto e riscos macroeconômicos em declínio.
Os analistas do Bradesco apontam que o Brasil está no centro desse movimento, beneficiando-se de uma rotação de investimentos que sai dos Estados Unidos. Além disso, os valuations das ações brasileiras permanecem atrativos.
Dois fatores fundamentais estão ajudando a impulsionar essa visão positiva: a expectativa de cortes nas taxas de juros e a iminente eleição de 2026. A maioria do mercado acredita que a Selic, após seu recente pico, deve começar a cair no final do ano.
"O Brasil pode ser a única grande economia a implementar cortes significativos nesta fase, o que pode provocar uma rotação setorial significativa", comentam os especialistas.
Com relação à eleição de 2026, o Bradesco prevê que o tema logo começará a ganhar força no radar dos investidores. Historicamente, o penúltimo ano dos ciclos eleitorais na América Latina tende a ser favorável para os mercados, já que os investidores começam a precificar as incertezas políticas.
Importante ressaltar que este cenário não depende de quem vencerá a eleição — essa questão será decidida em 2026.
O Bradesco também destaca um "duplo desconto" que o Brasil possui em termos de câmbio e valuations, além de um aparente isolamento frente a outros mercados emergentes em meio à guerra comercial.
Embora o desequilíbrio fiscal ainda seja uma preocupação, os analistas acreditam que esse risco está diminuindo.
A recomendação do banco inclui investimentos em empresas que se beneficiam da queda de juros, como Assaí e Localiza, e nas queridinhas do mercado acionário, incluindo BTG e XP, além das estatais Banco do Brasil e Petrobras.
Para acomodar essa maior exposição ao Brasil, o Bradesco reduziu sua recomendação para o México de 'overweight' para neutra, embora os analistas permaneçam otimistas sobre esta economia por conta de suas valuções atrativas e da diminuição dos riscos em relação aos EUA.
Na América Latina, a Argentina continua sendo o mercado preferido do Bradesco, especialmente após o acordo com o FMI e a flexibilidade dos controles de capital, que abrem novas oportunidades para investidores que perderam o rali de 2024.