Os investidores do Bradesco (BBDC4) acordaram em clima de festa nesta quinta-feira (8) após o banco divulgar resultados impressionantes para o primeiro trimestre. Na noite anterior, o Bradesco anunciou um lucro quase de R$ 6 bilhões, representando um crescimento de 40% em relação ao ano passado!

A reação do mercado foi imediata. No after-market de Nova York, os ADRs saltaram 5%, mesmo após uma queda de 3%. No Brasil, as ações chegaram a entrar em leilão e, ao fim do dia, registraram uma alta surpreendente de 15,64%, fechando a R$ 15,08.

Expectativas e Realidade

Segundo analistas, essa alta reflete um ajuste após uma sequência de dias de queda. O sentimento do mercado era de que os resultados poderiam ser piores ou pelo menos estagnados, uma vez que as ações do Bradesco caíram 4% nas quatro sessões anteriores.

O CEO, Marcelo Noronha, permanece cauteloso. Em uma teleconferência com analistas, ele reforçou que a recuperação do banco será gradual. “Não se trabalha com a expectativa de surpresas arrebatadoras. A perspectiva é um crescimento contínuo, além do cenário intermediário”, destacou.

Os Dias Difíceis Chegaram ao Fim?

A equipe do Citi questionou em seu relatório: "Os dias de cão acabaram?" O documento, que foi divulgado poucas horas após a publicação dos resultados, indicou uma melhora estrutural nas receitas, diferenciando-se dos trimestres anteriores.

“Este é possivelmente o primeiro trimestre em que a tendência de receita orgânica sugere uma melhora sólida”, afirmaram os analistas. Contudo, os desafios persistem, especialmente em relação às receitas não relacionadas a juros.

Expectativas Futuras

A Genial apontou que, com os resultados superando as expectativas, há espaço para revisões positivas nas projeções de lucro nos próximos trimestres. Para a XP, o que impulsionou o lucro foi a NII (margem financeira) de clientes, que cresceu 15%, além de um desempenho robusto nas receitas de seguros.

A inadimplência, um termômetro crucial para medir a capacidade dos clientes de pagarem suas dívidas, permaneceu estável em 4,1%, com uma redução de 0,9 ponto percentual em relação ao ano anterior.

Revisões e Perspectivas

Devido aos bons resultados, analistas sinalizam uma possível desaceleração nas expectativas futuras, embora o Bradesco tenha reafirmado suas metas para o ano. As projeções de crescimento da carteira de crédito e receitas superaram as expectativas, o que pode abrir caminho para revisões otimistas.

Enquanto isso, o BTG observa que, embora o crescimento promissor tenha chamado atenção, é um processo que deve acontecer de forma gradual.

O Que Esperar do Bradesco?

Apesar do alvoroço e dos números bons, as recomendações no geral permanecem cautelosas. JPMorgan e Citi mantiveram suas classificações neutras, sugerindo que o mercado ainda está atento a possíveis oscilações.

Com um cenário ainda incerto, a palavra de ordem continua sendo cautela. Em um mundo onde cada trimestre é um novo desafio, os investidores serão levados a observar as próximas movimentações do Bradesco com olhos atentos.