Mundo

Bombas 'destruidoras de bunkers' e ruínas em Beirute: o ataque que abalou o Hezbollah e o Líbano

2024-09-30

Após o devastador ataque aéreo israelense que resultou na morte de Sayyed Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, Beirute se encontra em um cenário de destruição e luto. O ataque, que ocorreu na noite de sexta-feira (27), visou um complexo subterrâneo do grupo militante, levando a uma onda de explosões que arrasaram diversos prédios nos subúrbios densamente povoados, particularmente em Dahiyeh, que possui uma grande população xiita.

No último domingo (29), repórteres da Associated Press observaram que a fumaça ainda se erguia dos escombros, enquanto moradores tentavam encontrar vestígios de suas casas e prestar homenagens a Nasrallah, uma figura corporalmente conectada ao movimento e uma fonte de inspiração para muitos.

Os habitantes relataram ter ouvido até 10 explosões, que destruíram uma maneira mais extensa do que um quarteirão, transformando prédios inteiros em montanhas de concreto e metal retorcido. Os escombros atingiram uma área superior à de um campo de futebol, causando um caos indizível.

Em resposta ao ataque, Israel divulgou vídeos da operação, apresentando aeronaves F-15Is em ação. Especialistas sugeriram que as explosões e o nível de destruição foram compatíveis com o uso de bombas de 900 quilos, projetadas para penetrar estruturas. Esses dispositivos, conhecidos por serem "destrutores de bunkers", foram recentemente enviados aos israelenses pelos Estados Unidos. As bombas, conhecidas como GBU-31, possuem tecnologia avançada de orientação, permitindo uma precisão mortal.

O exército israelense afirmou que as aeronaves de combate decolaram de uma base em Hatzerim, no sul de Israel, e as comunicações de rádio de oficiais da Força Aérea Israelense revelaram discussões sobre a execução bem-sucedida do ataque. Os destroços mostraram crateras profundas, algumas ultrapassando 30 metros, evidenciando a intensidade do bombardeio.

Cães farejadores e equipes de resgate continuam a trabalhar entre os escombros, com residentes temendo que ainda haja pessoas desaparecidas sob os detritos. Até agora, o número de fatalidades confirmadas é de seis, mas vários outros ainda permanecem feridos.

No local, a dor e o desespero eram palpáveis; uma mulher vestindo um chador recitava o Alcorão enquanto a multidão observava em silêncio. Um dos presentes, evidentemente em estado de choque, expressou sua dor pela perda de Nasrallah, um nome reverenciado entre os apoiadores do Hezbollah. A iconicidade da figura de Nasrallah fica clara no clamor da comunidade: “Nosso moral está alto e a luta nunca terminará”, declara um apoiador entre lágrimas.

O impacto deste ataque ressoa não apenas em Beirute, mas em toda a região, já que o Hezbollah agora enfrenta um momento crítico. A situação se agrava com a possibilidade de represálias, intensificando as tensões já extremas que existem no Oriente Médio. A pergunta que ecoa é: quais serão as próximas etapas do Hezbollah após a perda de seu líder? O mundo deve ficar atento, pois esses eventos podem levar a uma escalada significativa nas hostilidades na região.