Na última sexta-feira (10 de janeiro de 2025), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protocolou um pedido ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, solicitando a devolução do seu passaporte para que possa participar da cerimônia de posse de Donald Trump, que ocorrerá em Washington D.C. no dia 20 de janeiro.

De acordo com o documento, que foi obtido pelo Poder360, Bolsonaro recebeu um convite formal do comitê organizador do evento, permitindo que ele comparecesse à posse acompanhado de um convidado.

"O peticionário ficou honrado ao receber o convite formal para participar da cerimônia de posse do Excelentíssimo Presidente Donald J. Trump à frente da Presidência dos Estados Unidos da América", afirma o texto.

O passaporte de Bolsonaro foi apreendido em 2024, como parte das investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado. Em novembro do mesmo ano, a Polícia Federal indiciou Bolsonaro e mais 36 indivíduos relacionados ao caso. Moraes, que é o relator desse inquérito, enviou um relatório extenso, com cerca de 800 páginas, para a Procuradoria Geral da República. Agora, a PGR deve decidir se apresentará uma denúncia contra o ex-presidente e os demais implicados.

O ex-presidente sempre tentou conectar-se com Trump, especialmente ao longo de 2024, buscando fortalecer laços entre os dois líderes. Eduardo Bolsonaro (PL-SP), presidente das Relações Institucionais do PL e filho de Jair, esteve ao lado de Trump durante a apuração das eleições nos Estados Unidos, no famoso resort Mar-a-Lago.

Os republicanos, que conquistaram a maioria na Câmara e no Senado, também têm se mostrado receptivos à oposição brasileira. Integrantes da ala trumpista do Congresso dos EUA têm avançado com pautas que questionam a atuação do Judiciário brasileiro, com alegações de "censura" em suas decisões – um tema que ressoa entre os apoiadores de Bolsonaro no Brasil.

Além disso, é esperado que uma comitiva de deputados e senadores da direita brasileira desembarque em Washington para acompanhar a posse do novo presidente. Essa movimentação política não só evidencia a busca de Bolsonaro por reforçar suas relações internacionais, mas também demonstra o interesse da direita brasileira em estar alinhada com o novo governo dos EUA.