Em uma declaração impactante, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) revelou que uma possível prisão significaria o fim de sua trajetória. "Eu já estou com 70 anos", lamentou em entrevista à Folha de S. Paulo, publicada neste sábado (29.mar.2025).

Recentemente, a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu tornar réus Bolsonaro e mais sete pessoas, todos acusados de tentativa de golpe de Estado em 2022. Os aliados do ex-presidente temem que ele seja condenado e preso ainda este ano.

Apesar das acusações, Bolsonaro negou ter qualquer intenção de promover um golpe, mas admitiu ter discutido alternativas após sua derrota nas eleições de 2022. Ao perceber que não poderia apelar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), buscou entender quais ações poderiam ser tomadas dentro da Constituição. Ele mencionou termos como 'estado de sítio', 'estado de defesa', e o artigo 142, além de cogitar uma possível intervenção, mas enfatizou que essas conversas não resultaram em decisões concretas.

O ex-presidente também revelou que se reuniu duas vezes com comandantes militares e outras figuras proeminentes, mas minimizou a importância desses encontros, afirmando que "nada [foi] com muita profundidade" devido ao seu estado pós-eleitoral. "Se você quer dar um golpe, troca o ministro da Defesa, troca o comandante de Força... Você não dá golpe à luz do dia", acrescentou, sugerindo que muitos de seus ex-ministros tentavam retomar a normalidade em suas vidas.

Ao ser indagado sobre o motivo de dialogar com militares, Bolsonaro alegou confiar fundamentalmente neles. A primeira reunião incluiu o então ministro da Defesa, e posteriormente outras autoridades se juntaram ao diálogo.

O objetivo dessas reuniões, segundo o ex-presidente, era verificar se havia bases concretas para contestar o resultado das eleições. No entanto, a conclusão foi que, mesmo que existissem fundamentos, não haveria possibilidade de avançar com qualquer ação.

Além disso, a situação de Bolsonaro levanta questões sobre o futuro político do Brasil, com especulações sobre como isso pode afetar o cenário eleitoral e a própria estabilidade democrática do país. Os próximos passos do ex-presidente serão observados de perto, especialmente considerando a crescente polarização entre os grupos políticos.