
Bolsas Asiáticas Caem Aprofundadas Após Imposição de Tarifas de 104% pelos EUA contra a China
2025-04-09
Autor: Mariana
As principais bolsas de valores asiáticas abriram em queda nesta quarta-feira (9), marcando um momento tenso nos mercados financeiros devido à entrada em vigor das tarifas de 104% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos chineses.
Por volta das 22h30, diversos índices apresentavam quedas alarmantes, superando 4%. No entanto, ao longo da madrugada, algumas ações começaram a se estabilizar, com o índice principal da China, o CSI 1000, conseguindo registrar uma leve alta.
A decisão da Casa Branca de confirmar as tarifas ocorreu um dia após a China não ter recuado de suas retaliações contra os EUA dentro do prazo estipulado pelo presidente Donald Trump — um ultimato que expirou na terça-feira (8), às 13h.
😱 Confira como estavam as principais bolsas asiáticas por volta das 00h50: 🇭🇰 Hang Seng (Hong Kong): caiu 1,48% 🇨🇳 CSI 1000 (China): subiu 0,62% 🇯🇵 Nikkei 225 (Japão): caiu 3,62% 🇰🇷 Kospi (Coreia do Sul): caiu 1,40% 🇮🇳 Nifty 50 (Índia): caiu 0,28%.
Apesar da pressão imposta por Trump, autoridades chinesas afirmaram que não iriam recuar em sua decisão e que estavam prontas para responder a qualquer aumento de tarifas, destacando que "em uma guerra comercial, não existem vencedores".
Além das tarifas de 104% à China, outras tarifas individuais mais elevadas também passam a vigorar nesta quarta-feira, atingindo países com os quais os Estados Unidos apresentam os maiores déficits comerciais.
Esta nova fase do que algumas análises chamam de "tarifaçãp global" teve início no dia 2 de abril, após Trump anunciar taxas de importação que afetariam 180 países ao redor do mundo. No caso da China, a taxa inicial de 34% foi uma adição significativa, resultando em um total de 54% por parte dos EUA.
Como resultado das contínuas escaladas tarifárias, a China decidiu, na sexta-feira (4), impor tarifas de 34% sobre produtos americanos, respondendo diretamente ao novo plano tarifário da administração Trump.
Trump, então, entrou com a ameaça de aumentar as taxas de 50% sobre os produtos da China, caso o país não desistisse de suas retaliações até o dia 8. Com a continuidade dos planos da China, as tarifas de 104% se tornaram uma realidade.
Como as tarifas para a China chegaram a 104%?
1. Em fevereiro, os EUA aplicaram uma taxa extra de 10% sobre importações chinesas, elevando a alíquota para 20%. 2. Na quarta-feira, 2 de abril, Trump anunciou uma nova taxa de 34%, totalizando 54%. 3. Após a retaliação da China, a Casa Branca confirmou uma nova taxa adicional de 50%, alcançando assim os alarmantes 104%.
A guerra tarifária entre os EUA e a China tem gerado forte turbulência nos mercados, com investidores preocupados com as repercussões de uma possível guerra comercial em larga escala.
Após dias de intensas quedas nas bolsas internacionais, a quarta-feira começou com alguma estabilização, mas essa expectativa desmoronou com a confirmação das tarifas à China. Os índices em Nova York caíram, e o S&P 500 caiu para menos de 5.000 pontos pela primeira vez em quase um ano, levando a uma perda total de cerca de US$ 10,8 trilhões desde que Trump assumiu a presidência.
Somente nesta segunda-feira, as sete gigantes da tecnologia — Apple, Microsoft, Nvidia, Amazon, Alphabet (Google), Meta (Facebook) e Tesla — perderam juntas cerca de US$ 320 bilhões. Desde janeiro, essas empresas apresentaram uma desvalorização de US$ 4,55 trilhões em seu valor de mercado.
No Brasil, o clima também não é favorável. O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, fechou em queda, aos 123.932 pontos, enquanto o dólar chegou a ser negociado a R$ 6, mas encerrou o dia a R$ 5,9973. A tensão contínua entre Estados Unidos e China certamente terá repercussões sobre a economia global e os mercados financeiros nos próximos dias.