Negócios

Boeing flexibiliza propostas para resolver greve histórica

2024-09-24

Nesta terça-feira (24), a Boeing surpreendeu a todos ao anunciar que não irá mais impor um prazo ao sindicato IAM, que representa 33 mil trabalhadores em greve no noroeste dos Estados Unidos desde 13 de setembro. Essa mudança pode ser um divisor de águas nas negociações que visam encerrar a paralisação.

Em comunicado, a Boeing ressaltou: “Essa greve afeta nossas equipes e nossa região, e acreditamos que nossos funcionários deveriam ter a oportunidade de votar sobre esta proposta, que contém melhorias significativas em termos de salários e benefícios.” Essa declaração mostra um movimento mais diplomático da empresa, que inicialmente havia dado apenas até sexta-feira para que os trabalhadores aceitassem a proposta de aumento salarial.

A nova postura em relação ao prazo é um alívio para os trabalhadores, que se sentiam pressionados pela urgência da situação. O sindicato respondeu às pressões da Boeing, enfatizando que a proposta inicial de aumento salarial de 30% em quatro anos é insuficiente e não atende às expectativas dos funcionários.

“Essa proposta não é suficiente para atender às nossas preocupações”, declarou o Sindicato Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais (IAM). Eles reforçarão que não participarão de votações se considerarem que o prazo estabelecido pela empresa não é justo. Um acordo preliminar anterior já havia sido rejeitado em 12 de setembro, com um impressionante 95% de votos contrários, em meio a preocupações sobre o valor real do aumento oferecido.

A greve atual, que começou com a expiração do acordo coletivo antigo, afetou severamente a produção da Boeing, paralisando fábricas cruciais em Renton e Everett. Essas instalações são responsáveis pela montagem do 737 MAX, uma das aeronaves mais populares do mundo, além de outros modelos importantes como o cargueiro 777 e o 767, utilizados por forças armadas.

O clima entre os trabalhadores é tenso, mas a flexibilidade da Boeing pode abrir portas para um novo entendimento. Se as partes chegarem a um acordo satisfatório, não só a produção poderá ser retomada, mas também uma atmosfera de confiança poderá ser reconstruída entre a empresa e seus empregados. A mobilização dos trabalhadores reflete uma luta maior por condições justas e dignidade no ambiente de trabalho, algo que é agitado em momentos como este.