Blindados da Marinha fazem patrulha tensa após assassinato de médica na Zona Norte do Rio
2024-12-12
Autor: Carolina
Na manhã desta quinta-feira, blindados da Marinha foram vistos patrulhando as proximidades do Hospital Naval Marcílio Dias, localizado no Complexo do Lins, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O motivo da operação é a trágica morte da médica capitão de Mar e Guerra Gisele Mendes de Souza e Mello, de 55 anos, que foi atingida por um tiro acidental enquanto estava no auditório do hospital, onde ocorria uma operação policial na região.
A Marinha informou que a medida é uma forma de garantir a segurança dos usuários e da equipe do hospital, especialmente devido ao aumento da violência na área. Em nota, a Força afirmou: "No intuito de garantir a segurança da tripulação e usuários do Hospital Naval Marcílio Dias, a Marinha do Brasil exercerá ação de presença com meios de fuzileiros navais, na área sob sua jurisdição, adjacente àquela organização militar, até o limite máximo de 1.320 metros do seu perímetro. A operação teve início hoje e não tem data para acabar."
Como resultado da operação, cinco escolas da rede municipal nas imediações suspenderam as aulas, refletindo o clima de insegurança na região.
A tragédia ocorreu enquanto Gisele participava de uma reunião. O tiro, que teria partido do Morro do Gambá, penetrando pela janela do auditório, atingiu a médica na cabeça. Especializada em geriatria e graduada pela Universidade Federal do Estado do Rio (Unirio), ela foi socorrida e operada na mesma unidade de saúde, mas infelizmente não sobreviveu ao ferimento.
O velório da dra. Gisele acontecerá às 15h no Crematório São Francisco Xavier, no Caju, com sepultamento marcado para as 17h. A perda de uma profissional tão dedicada comoveu colegas e pacientes, que lamentam a violência crescente que assola a região.
Os disparos que culminaram na morte da médica foram executados a partir de uma área dominada pela facção criminosa Comando Vermelho (CV). As investigações indicam que o Morro do Gambá é utilizado como base operacional por quadrilhas que cometem roubos de veículos e cargas, especialmente nos bairros da Barra da Tijuca, Jacarepaguá e no Méier. Essas gangues visam clonar veículos ou desmontá-los para venda de peças, financiando atividades ilícitas como a compra de armamentos e o pagamento de mesadas a familiares de presidiários.
Além disso, o tráfico de drogas no Morro do Gambá, assim como nos Morros da Cachoeirinha e Cachoeira Grande, é chefiado pelo traficante Luiz Cláudio Machado, conhecido como Marreta, atualmente detido no Complexo do Gericinó. A escalada da violência e esses trágicos incidentes levam à demanda crescente por ações governamentais efetivas para restaurar a segurança na região.