Biólogo Brasileiro Transforma Ciência em Arte e Faz Sucesso em Portugal: 'O Desafio é Comunicar a Ciência para Todos'
2025-01-26
Autor: Maria
Renato Nakazone, um jovem biólogo brasileiro de 27 anos, está fazendo ondas em Lisboa ao unir sua paixão pela biologia e a arte da ilustração científica. Ele mudou-se para a capital portuguesa após descobrir um curso especializado que lhe permitiu aprofundar suas habilidades nessa área pouco explorada. Renato acredita que ilustrações científicas têm um papel crucial na comunicação de conceitos complexos para o público em geral.
Desde criança, Renato sempre teve um talento especial para desenhar. Durante a graduação em biologia, ele percebeu que suas ilustrações ajudavam seus colegas a entender conceitos difíceis. "Meus amigos sempre pediam que eu desenhasse esquemas que facilitassem o aprendizado. Com o tempo, percebi que poderia transformar essa paixão em uma carreira", conta ele. Essa epifania levou Renato a investigar as possibilidades de uma profissão voltada para a ilustração científica, uma área repleta de desafios e que exige uma grande dose de criatividade.
Com a pandemia, Renato viu uma oportunidade única: um curso em Portugal que poderia alavancar sua carreira. "Fui para Lisboa e mergulhei de cabeça no que poderia ser uma mudança de vida", relembra. O biólogo ressalta que a produção de ilustrações científicas vai além de compor imagens bonitas; trata-se de um processo meticuloso que exige estudo aprofundado e paciência.
"A ilustração científica é uma arte em si mesma. Ela captura aspectos que muitas vezes não são vistos na fotografia, oferecendo uma nova perspectiva. O desafio é torná-la acessível e atrativa, principalmente para aqueles que não têm formação na área", destaca Renato. Para ele, o segredo é a liberdade criativa — algo que pode revolucionar a percepção das pessoas sobre a ciência.
Embora Renato esteja atualmente baseado em Portugal, sua inspiração continua a vir primariamente da vasta biodiversidade brasileira. Ele tem um carinho especial por representar a fauna e a flora do Brasil, que ele considera uma das mais ricas do mundo. "Eu incorporo elementos da ficção científica, imaginando cenários alienígenas, mas sempre mantendo uma conexão com a natureza", explica.
Suas ilustrações já foram exibidas em várias exposições e ele trabalhou em projetos notáveis, como sua colaboração com um museu de paleontologia em Lourinhã, onde se dedicou a reproduzir fósseis de dinossauros. "Foi uma experiência incrível, aprendi muito sobre como representar a história da vida na Terra através da ilustração", compartilha. Atualmente, ele tem suas obras expostas em uma galeria em Lisboa e considera essa uma conquista importante, embora deseje retornar ao Brasil para ampliar o conhecimento sobre a ilustração científica, uma prática que ainda é subvalorizada no país.
"Meu sonho é compartilhar tudo que aprendi com outros brasileiros e mostrar que podemos produzir ciência e arte de qualidade aqui mesmo, sem precisar sair do país. A ciência deve ser um conhecimento acessível, e eu quero fazer parte desse movimento", afirma Renato, destacando a visão eurocêntrica que ainda predomina em muitos campos científicos. Ele acredita que a diversidade cultural e científica do Brasil deve ser celebrada e divulgada globalmente.
Embora reconheça que o setor de ilustração científica ainda seja nichado e bastante competitivo, Renato está otimista quanto ao futuro. "A versatilidade é fundamental para se manter relevante. Além de ilustrações para artigos e exposições, já colaborei com marcas e até com capas de discos. Estou sempre buscando novas formas de expressar a ciência através da arte", conclui.
A história de Renato é um exemplo inspirador de como a paixão e a criatividade podem unir ciência e arte, abrindo um mundo de possibilidades para a comunicação científica.