
Belo Horizonte Enfrenta Crise na Saúde com Déficit de R$ 40 Milhões Mensais
2025-09-11
Autor: Mariana
Hospitais em Belo Horizonte Sofrem com Atrasos de Pagamento
Os hospitais da rede do Sistema Único de Saúde (SUS) em Belo Horizonte estão passando por uma crise financeira alarmante devido aos constantes atrasos nos repasses por parte da Prefeitura. O déficit mensal já alcança impressionantes R$ 40 milhões, resultando em cortes e adiamentos na compra de equipamentos e na execução de serviços essenciais, o que prejudica diretamente o atendimento à população.
Impactos Diretos nos Hospitais
O Hospital Risoleta Tolentino Neves, localizado na região Norte, é um dos afetados. Em meses críticos, como junho, julho e agosto, a unidade não recebeu repasses considerados essenciais, acumulando um atraso de cerca de R$ 6,8 milhões por mês. Essas dificuldades financeiras impactaram drasticamente o fluxo de caixa e o planejamento financeiro do hospital.
Denúncias de Atrasos Federais e Municipais
Roberto Otto Augusto de Lima, provedor da Santa Casa de Belo Horizonte, também confirmou os atrasos em sua instituição durante uma audiência pública. Ele destacou que não se tratam apenas de verbas municipais, mas também de emendas federais que já deveriam ter sido transferidas, totalizando pendências na casa dos R$ 16 milhões, o que levou a Santa Casa a processar judicialmente a Prefeitura.
Justificativas da Prefeitura e a Demanda em Alta
O secretário municipal de Saúde, Danilo Borges Matias, atribui os atrasos à falta de correção nos valores repassados pelos governos estadual e federal. Ele argumenta que os recursos não estão sendo ajustados conforme a inflação, resultando em uma pressão financeira sobre o município, que atende atualmente quase 4 milhões de pessoas, quando deveria atender apenas 2,3 milhões. Além disso, houve um aumento de 47% nas internações de pacientes de outros municípios.
Greve dos Servidores da Saúde
Recentemente, servidores da saúde em Belo Horizonte realizaram uma paralisação de 12 horas. A greve teve uma adesão de 16,3% dos trabalhadores, que reivindicam melhorias nas condições de trabalho e alertam sobre a falta de insumos essenciais.
Questões de Insumos e Segurança nos Centros de Saúde
Os profissionais alertam sobre a escassez de insumos médicos e equipamentos de proteção individual, dificultando seu trabalho diário. A Secretaria Municipal admitiu haver falhas pontuais, mas alegou que as dificuldades seriam mais decorrentes de questões burocráticas do que de crise financeira.
Expectativas para o Futuro da Saúde em BH
Embora o secretário tenha expressado a esperança de que os atrasos sejam regularizados, ainda não há previsão para que os valores devidos sejam pagos. Essa situação crítica levanta questionamentos sobre a eficiência de gestão no setor e o impacto que isso terá na saúde da população de Belo Horizonte.