
Batalha no STF: Moraes Responde Críticas a Mendonça sobre ‘Ativismo Judicial’
2025-08-23
Autor: Ana
A Tensão Que Transcendeu o Encontro Empresarial
Em uma recente reunião com empresários, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, fez declarações polêmicas sobre o "ativismo judicial", propondo que o Judiciário deve exercer uma "autocontenção" para preservar o Estado de Direito. Acompanhando o tema, o também ministro Alexandre de Moraes foi rápido em refutá-las, lançando uma crítica mordaz durante o mesmo evento.
Mendonça Defende Estabilidade sobre Inovação Legislativa
Mendonça abriu o evento defendendo um Judiciário comprometido com a Constituição, insistindo que os magistrados não devem atuar como legisladores. Em suas palavras, "O Judiciário não pode ser o motor de criação e inovação legislativa. O Estado de Direito exige autocontenção, em contrapartida ao ativismo judicial".
O ministro argumentou que o ativismo judicial prejudica o equilíbrio do sistema democrático, ao desconsiderar os consensos sociais e empurrar a vontade democráticos para segundo plano, enfraquecendo assim as outras instituições.
A Resposta Contundente de Moraes
Não tardou para que Moraes, já no evento, dirigisse seu discurso à crítica proferida por Mendonça. Embora não o citasse diretamente, ele mencionou que essa suposta necessidade de contenção do Judiciário se assemelha a situações perigosas, como as vividas na Hungria, onde a liberdade de imprensa e a independência judicial foram severamente comprometidas.
Moraes reafirmou a independência do Judiciário brasileiro, contrastando a situação atual com regimes onde houve censura e repressão. "Existem ataques, mas o Judiciário permanece firme e independente no Brasil. A democracia se fundamenta em eleições periódicas e uma imprensa livre", disse ele.
O Impacto das Palavras dos Ministros
Essa troca de farpas no STF ilustra as tensões crecente entre os conceitos de ativismo judicial e autocontenção. Enquanto Mendonça clama por um Judiciário mais conservador, Moraes defende uma atuação mais proativa, apresentando um embate que pode reverberar em decisões futuras do tribunal.
As consequências deste debate vão além das palavras; eles indicam uma luta interna sobre o papel que o Judiciário deve desempenhar em tempos de polarização política no Brasil. O que está em jogo é a própria essência da democracia e a relação entre os poderes.