Introdução

BRASÍLIA - Em uma declaração repleta de ironia, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luís Roberto Barroso, se dirigiu ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao reafirmar a segurança das urnas eletrônicas utilizadas nas eleições brasileiras.

Defesa da Urna Eletrônica

Barroso declarou que o sistema eletrônico de votação, frequentemente atacado por Bolsonaro e seus apoiadores, é "infraudável" e "inhackeável". Essas afirmações vêm num contexto em que o ex-presidente fez diversas contestações à integridade do sistema eleitoral, alegando fraudes sem apresentar provas concretas.

Trocadilhos e Humor

Com um toque de humor, Barroso usou trocadilhos, referindo-se a expressões adotadas por Bolsonaro, como "imorrível" e "inbrochável", para destacar a eficácia e segurança do sistema de votação. Ele esclareceu: “Aquele sistema [da urna eletrônica] jamais entra online. É inserido, em cada uma das 500 mil urnas eletrônicas, um pen drive. Portanto, é um sistema inhackeável. Ele é infraudável e inhackeável, para a gente usar os 'is' em um bom sentido, finalmente.”

Reconhecimento do TSE

Durante uma audiência pública sobre o uso de inteligência artificial no Judiciário, promovida pelo CNJ, Barroso elogiou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por garantir a divulgação dos resultados eleitorais com celeridade e segurança. “É uma coisa extraordinária. Nenhum país do mundo tem 150 milhões de eleitores e divulga o resultado [das eleições] duas horas depois. Só o Brasil, sem nenhum risco de fraude, salvo a fraude de dizer que é fraude”, enfatizou o ministro.

Contexto Histórico

Vale lembrar que Luís Roberto Barroso já esteve à frente da Justiça Eleitoral em 2021, quando os ataques de Bolsonaro às urnas eléctronicas se intensificaram. O embate entre os dois se tornou público e gerou um debate acirrado sobre a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro, que, ao contrário do que muitos afirmam, é considerado um marco de eficiência e segurança global.