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Banco Central Desanima Expectativas: Corte de Juros Sem Data Definida!

2025-08-27

Autor: Julia

Em agosto, o mercado começou a sonhar com a possibilidade de queda na inflação, mesmo diante de resultados fracos do IPCA-15. No entanto, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, deixou claro que não há chances de definir uma data para um eventual corte na Selic.

Tradicionalmente, os Bancos Centrais tentam manter a euforia sob controle, especialmente quando a economia está em crescimento. Para Galípolo, falar sobre quando a Selic pode começar a cair é precipitado, e ele indicou que isso deve demorar "bastante".

Entre 2015 e 2016, a Selic ficou empacada em 14,25% ao ano por cerca de 15 meses, mesmo em um cenário que parecia mais favorável. Hoje, o Banco Central observa uma expectativa de inflação para 2027 caindo para 3,97%, um indicador importante que poderá impactar suas decisões futuras.

Além disso, a taxa real de juros está atualmente em 9,7%, refletindo a expectativa de inflação nos próximos 12 meses. O valor do dólar, por sua vez, está flertando com a marca de R$ 5,40, o que pode ser um alívio para a inflação no Brasil.

Analistas do mercado parecem mais otimistas, acreditando que a solidez do Banco Central, ainda sob a gestão de Lula, está contribuindo para a redução nas expectativas de inflação, mesmo com a Selic nas alturas.

Para se ter uma ideia do passado, quando Ilan Goldfajn, ex-presidente do BC, começou a cortar a Selic em 2016, a taxa estava em 6,8% em um cenário muito mais crítico, durante a Grande Recessão. Naquela época, a inflação sofreu uma queda considerável, e o controle fiscal estava sendo prometido.

Hoje em dia, as expectativas de inflação estão desancoradas, com projeções de 4,3% para 2026 e 3,97% para 2027, muito acima da meta de 3%. A economia cresceu de maneira robusta nos últimos anos, mas o déficit externo aumenta e não há perspectivas de um superávit fiscal.

Galípolo enfatizou a necessidade de manter a expectativa de inflação em linha com a meta, pois um desvio para cima poderia desvalorizar a moeda. O Banco Central, por sua vez, se compromete a manter os juros altos por tempo indeterminado. A cautela é a palavra de ordem!