Saúde

Baixa adesão à vacina contra a dengue preocupa em Belo Horizonte

2024-09-24

A dengue continua a ser um alarmante desafio de saúde pública em Belo Horizonte. No decorrer deste ano, a capital mineira já contabilizou 106 mortes e mais de 228 mil casos prováveis da enfermidade. No estado de Minas Gerais, a situação se agrava ainda mais, com 977 mortes e mais de 1 milhão e 700 mil casos registrados. Apesar da gravidade desses números, a cobertura vacinal contra a dengue permanece drasticamente baixa, acendendo um sinal vermelho nas autoridades de saúde.

Conforme destacado pelo presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, a dengue não discrimina idade e pode resultar em complicações sérias em qualquer indivíduo. Sem a vacinação, a população está exposta a riscos consideráveis, incluindo infecções severas e, em casos extremos, óbito. Uma ação imediata de conscientização é imprescindível.

Vacinação contra a dengue em Belo Horizonte: status atual

A vacinação foi iniciada em fevereiro deste ano para crianças entre dez e quatorze anos, mas devido à insatisfatória adesão, passou a ser oferecida também a crianças de seis a sete anos. Segundo Paulo Roberto Corrêa, diretor de Promoção à Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, apenas um terço do público inicial recebeu a primeira dose, e uma quantidade significativa não completou o esquema com a segunda dose. O intervalo recomendado entre as doses é de noventa dias, e a segunda dose deve ser aplicada apenas após trinta dias do desaparecimento dos sintomas da doença.

Consequências de uma baixa cobertura vacinal

Dr. Chebabo enfatiza que não há justificativa para hesitação em relação à vacina, uma vez que estudos demonstraram sua eficácia e segurança em populações jovens. A falta de imunização expõe essa faixa etária a riscos elevados de complicações graves, o que ressalta a urgência de se cumprir o calendário vacinal.

Os riscos englobam:

- **Aumento do risco de infecção**: Com menos pessoas imunizadas, a população se torna mais suscetível ao vírus da dengue, elevando a probabilidade de novos casos.

- **Possibilidade de formas graves**: Existem casos em que a dengue pode se agravar, evoluindo para dengue hemorrágica, que pode resultar em hospitalizações e até em mortes. Embora a vacina não ofereça imunidade total, ela é eficaz na redução da severidade da doença.

- **Complicações a longo prazo**: Mesmo após a recuperação, alguns indivíduos podem sofrer de complicações persistentes, como a Síndrome do Dengue, que provoca sintomas como fadiga crônica e dores articulares.

Os impactos na saúde pública e na economia

A baixa adesão à vacinação não só aumenta a incidência da doença, mas também sobrecarrega o sistema de saúde, que fica incapaz de atender outras necessidades emergenciais da população. Os custos associados aos tratamentos da dengue são elevados, repercutindo na economia e na produtividade, resultando em perdas significativas não apenas para as famílias, mas em nível nacional.

Além dos impactos diretos na saúde:

- **Qualidade de vida inferior**: Pacientes de dengue enfrentam febres altas e outros sintomas debilitantes que afetam sua qualidade de vida.

- **Absenteísmo**: A doença provoca faltas no trabalho e na escola, o que afeta tanto a vida social quanto a profissional.

Dados alarmantes sobre a cobertura vacinal

Atualmente, Belo Horizonte aplicou cerca de 74 mil doses da vacina contra a dengue, apresentando uma cobertura de apenas 31% para a primeira dose e ínfimos 11% para o esquema vacinal completo. O Ministério da Saúde tem como meta vacinar 90% do público-alvo, um objetivo que parece distante considerando os números atuais.

Urgência da vacinação anti-dengue

A dengue pode rapidamente se agravar, levando a complicações como desidratação severa e sangramentos, que podem necessitar de internações e, em situações extremas, culminar em óbito. Portanto, a imunização se torna uma estratégia vital. A dengue é uma doença traiçoeira que pode afetar qualquer um, e as autoridades de saúde permanecem firmes em seu compromisso de incentivar a população a se vacinar e completar o esquema vacinal.

Nos alertamos: não deixe a sua saúde para depois; vacine-se! A dengue é um grande vilão e armar-se contra ela é a melhor defesa!