O governo das Bahamas confirmou, nesta quinta-feira (5), que não aceitará a proposta da administração de Donald Trump para receber migrantes deportados. O primeiro-ministro Philip Davis anunciou em um comunicado que a oferta feita pela equipe de transição de Trump, que tomará posse nos Estados Unidos em breve, foi oficialmente recusada.

No anúncio, foi mencionado que "desde a rejeição dessa proposta pelo primeiro-ministro, não houve mais envolvimento ou discussões com a equipe de transição de Trump." Isso demonstra a clara postura do governo das Bahamas em relação à política migratória dos Estados Unidos, especialmente em um momento delicado como a transição de poder.

Trump, que já anunciou planos de declarar estado de emergência e utilizar o Exército para realizar uma grande deportação assim que assumir o cargo em 20 de janeiro, descreveu a intenção como "a maior operação de deportação na história dos Estados Unidos". Este tipo de declaração e as medidas propostas geram preocupação entre diversos países da América Latina, principalmente o México.

Um dia antes da declaração das Bahamas, o governo mexicano também se manifestou, informando que está elaborando um plano para possíveis deportações em massa de cidadãos mexicanos como consequência da nova postura de Trump. O ministro das Relações Exteriores do México, Juan Ramón de la Fuente, comentou que foi feito um planejamento adequado que será apresentado em um momento oportuno pela presidente Claudia Sheinbaum.

Vale notar que, na última terça-feira (3), autoridades mexicanas realizaram uma grande operação, prendendo mais de 5.200 imigrantes para tentar controlar a imigração em direção aos Estados Unidos. Essa ação é uma resposta direta às pressões que o México enfrenta do governo americano para conter a imigração e o tráfico de drogas, incluindo substâncias como o fentanil.

Com o cenário em constante mudança e as políticas de imigração estritas que estão em pauta, a situação dos migrantes que buscam um futuro melhor continua a ser uma questão delicada e complexa. As Bahamas, ao se recusarem a aceitar migrantes deportados, se posicionam como uma nação que prioriza sua soberania e diretrizes sociais em um momento em que a crise migratória afeta toda a região.