Bactérias resistentes podem causar 39 milhões de mortes até 2050! Saiba como evitar isso
2024-09-21
Autor: Gabriel
Um estudo alarmante publicado na revista The Lancet revela que mais de 39 milhões de pessoas podem morrer de infecções causadas por bactérias resistentes a antibióticos até 2050. Entre 1990 e 2021, mais de um milhão de mortes ocorreram anualmente devido à resistência antimicrobiana (RAM), e as previsões mostram um cenário ainda mais grave para os próximos anos.
Curiosamente, as mortes entre crianças menores de cinco anos diminuíram 50% durante esse período, enquanto as mortes em pessoas com 70 anos ou mais aumentaram em cerca de 80%. Essa mudança de perfil etário reflete uma preocupação crescente, já que as chamadas 'superbactérias' tendem a afetar mais os idosos no futuro.
Por que a resistência antimicrobiana é uma preocupação global?
A resistência antimicrobiana (RAM) ocorre quando patógenos, como bactérias, vírus, fungos ou parasitas, evoluem para resistir ao tratamento com medicamentos previamente eficazes. Isso faz com que infecções que antes eram tratáveis se tornem mais difíceis de tratar, aumentando os riscos de complicações graves e mortes. Especialistas destacam que o uso responsável de medicamentos antimicrobianos é crucial para a preservação da saúde pública.
Os impactos da resistência antimicrobiana incluem:
- **Perda de eficácia dos antibióticos:** Infecções comuns podem se transformar em quadros graves e até fatais.
- **Aumento da morbimortalidade:** Pacientes, especialmente os imunocomprometidos e idosos, enfrentam um maior risco devido ao prolongamento das internações e a necessidade de intervenções mais complexas.
- **Custos elevados para a saúde:** O tratamento de infecções resistentes representa um ônus financeiro significativo, impactando não apenas os pacientes, mas também os sistemas de saúde de países inteiros.
- **Impactos econômicos:** A resistência antimicrobiana pode afetar diversos setores, incluindo agricultura e turismo, resultando em perdas econômicas substanciais.
- **Ameaça aos avanços médicos:** Procedimentos como cirurgias e tratamentos de quimioterapia dependem de antibióticos para prevenir infecções, e a resistência coloca esses avanços em risco.
Regiões mais afetadas pela RAM:
Um aumento significativo de mortes por RAM foi identificado principalmente na África Subsaariana Ocidental, na América Latina Tropical, na América do Norte de alta renda, no Sudeste Asiático e no Sul da Ásia. O estudo aponta que países como Índia, Paquistão e Bangladesh enfrentam as maiores taxas de mortalidade relacionadas à RAM. O aumento também deve persistir em outras áreas do sul e leste da Ásia e da África Subsaariana até 2050.
Principais fatores que contribuem para a resistência antimicrobiana:
- **Uso inadequado de antibióticos:** O uso excessivo ou incorreto e a automedicação são precursores para o desenvolvimento de resistência.
- **Condições higiênicas precárias:** A falta de acesso a serviços básicos de higiene e saneamento facilita a disseminação de microrganismos resistentes.
- **Pressão seletiva em hospitais:** O uso intenso de antibióticos em ambientes hospitalares favorece a seleção de cepas resistentes.
- **Uso na agricultura:** O uso de antibióticos na pecuária para promover o crescimento e prevenir doenças impulsiona a resistência.
- **Falta de novos antibióticos:** A estagnação na pesquisa de novos medicamentos limita as opções disponíveis para o tratamento de infecções resistentes.
O futuro e as soluções contra a RAM:
A luta contra a resistência antimicrobiana exige inovações em pesquisa e desenvolvimento. Cientistas estão trabalhando em novos antibióticos, como os que visam superbactérias com múltiplas membranas. Além disso, campanhas educativas sobre o uso prudente de antibióticos são essenciais. 'Compreender as tendências de mortalidade por RAM é fundamental para decisões que salvam vidas', afirma Dr. Mohsen Naghavi, líder da equipe de pesquisa no Institute of Health Metrics da Universidade de Washington.
Conclusão: enfrentando o desafio da resistência antimicrobiana
A resistência antimicrobiana é uma questão crítica que exige uma resposta global e coordenada. Se não houver intervenções eficazes, milhões continuarão a morrer anualmente devido a infecções por bactérias resistentes. Para conter essa crise, é crucial investir em pesquisa para o desenvolvimento de novos medicamentos, promover o uso responsável de antibióticos e implementar políticas de saúde robustas. Somente por esforços coletivos poderemos controlar e potencialmente reverter a ameaça crescente das superbactérias.