Casos de dengue em alta no Rio Grande do Sul

Os casos de dengue estão disparando no Rio Grande do Sul, despertando preocupação nas autoridades de saúde. Conforme o último balanço da Secretaria Estadual da Saúde (SES), já são 6.421 infecções confirmadas até o meio-dia de sábado. Deste total, 5.524 correspondem a casos autóctones, ou seja, contraídos dentro do próprio município. A taxa de incidência está em impressionantes 207 casos para cada 100 mil habitantes.

Uma epidemia em crescimento

Desde o final de março, o estado entrou em estado de alerta, especialmente com a chegada de abril, um mês tradicionalmente crítico para a dengue. Neste período, aproximadamente 2.700 novos casos foram registrados.

Infelizmente, a situação já resultou em cinco óbitos: duas mortes em Porto Alegre, além de vítimas em Viamão, Alvorada e Cachoeira do Sul. Até agora, mais de 32 mil notificações foram feitas, com 16.442 aguardando conclusão.

Cidades em situação crítica

Com 474 municípios infestados pelo mosquito Aedes aegypti, o Rio Grande do Sul enfrenta um cenário alarmante, muito mais abrangente do que em anos anteriores. Em 2023, o estado registrou mais de 208 mil infecções e 281 mortes em 472 cidades. Os municípios com mais casos confirmados até o momento incluem:

- Viamão – 1.820 casos - Porto Alegre – 1.211 - Cachoeira do Sul – 675 - Novo Hamburgo – 669 - Alvorada – 217 - Planalto – 187 - São Sepé – 104 - Sapucaia do Sul – 96 - Cachoeirinha – 94 - Gravataí – 89

Previsão de aumento ainda maior

Os dados mais recentes indicam um aumento significativo na curva de casos em comparação com o mesmo período do ano passado. Na semana epidemiológica 15, a taxa de incidência foi de 22,4 casos por 100 mil habitantes, com um pico de 51,58 na semana 14.

Ainda há grande preocupação, especialmente com a chikungunya, outra arbovirose que também vem fazendo vítimas no estado. Até agora, foram confirmados 142 casos, incluindo um óbito, um aumento drástico em relação ao ano anterior, que registrou apenas 10 confirmações.

Serviços de saúde sobrecarregados

Em Porto Alegre, a situação é crítica. Segundo a diretora da Atenção Primária da Secretaria Municipal de Saúde, Vânia Frantz, os serviços enfrentam grande pressão devido ao aumento de notificações. A procura por hidratação intravenosa, tratamento essencial para a dengue, tem levado as unidades de saúde a realizar atendimentos em ritmo intenso.

Os cuidados em casa são fundamentais, já que o mosquito se adapta bem ao clima da região. Vânia alerta que o perigo de transmissão se mantém elevado, especialmente com a circulação de pessoas contaminadas.

Emergência em Viamão

Neste cenário, Viamão, na Região Metropolitana, está em estado de emergência em saúde pública. Com o maior número de casos, a cidade recebeu uma força-tarefa do Ministério da Saúde e da Força Nacional do SUS entre 2 e 6 de abril, para organizar o atendimento e capacitar equipes locais.

A secretária de Saúde, Michele Galvão, destacou a importância dessa mobilização: "Evitar mortes por dengue é possível com organização e cuidado estruturado, e a presença do COE em Viamão foi um exemplo valioso disso."

Conscientização e Vigilância são fundamentais

Diante do aumento alarmante dos casos, a necessidade de conscientização da população sobre os cuidados com a dengue e a chikungunya é mais urgente do que nunca.