Rio de Janeiro – A realidade nem sempre é fácil, e, de fato, manter a esperança em tempos difíceis é um verdadeiro desafio. A nova novela da Globo, "Volta por cima", que estreia nesta segunda-feira (30/9), escrita por Claudia Souto e dirigida artisticamente por André Câmara, aborda essa temática ao contar a história de Madalena (Jéssica Ellen) e Jorge (Fabrício Boliveira).

Madalena, ou Madá, é uma mulher que deixa seus sonhos de lado para sustentar a família. Mesmo enfrentando os altos e baixos da vida, ela não perde a fé em um futuro melhor. Já Jorge, conhecido como Jão, batalha por um diploma em administração, mas acaba perdendo uma oportunidade de emprego na empresa de ônibus onde começou como trocador, graças a uma indicação de sua namorada, o que traz ainda mais desafios para o casal.

Durante uma coletiva de imprensa na terça-feira (24/9), realizada na cidade cenográfica da novela, que retrata a fictícia Vila Cambucá, na zona norte do Rio de Janeiro, Claudia Souto comentou que a intenção dela era trazer à tona a luta do brasileiro que se levanta todos os dias, em busca de superação e conquistas.

"O ambiente do subúrbio é onde a cultura brasileira realmente pulsa, e o ônibus é um símbolo que conecta as diversas realidades do nosso país", ressaltou a autora.

A narrativa inclui personagens como Geralda, que enfrentou a fome e a violência doméstica, e outros desafios típicos do cotidiano de muitos brasileiros, refletindo a diversidade sociocultural do Brasil. André Câmara afirmou que as referências para a construção da história foram extraídas de diversos subúrbios, como Madureira e Marechal Hermes, promovendo assim um diálogo abrangente com a sociedade.

O ator mineiro Amaury Lorenzo, natural de Congonhas, faz sua segunda novela com o papel de Chico, o namorado de Madá, que também vive um triângulo amoroso com Rochelle (Isadora Cruz). Ele descreve Chico como um personagem leve e divertido, mas que enfrenta dilemas éticos por ser noivo de Madalena enquanto mantém um relacionamento com outra mulher. "Chico não é um vilão por natureza, ele apenas se vê enredado em situações complicadas", explica Amaury.

Além de discutir suas experiências em Congonhas e sua trajetória em busca de estabilidade na carreira, o ator lamenta que o comportamento de seu personagem possa ter consequências sérias. "A trama de Claudia Souto é rica nesse sentido. Todos os personagens precisam resolver suas pendências, pois a vida não perdoa aqueles que não assumem suas responsabilidades", afirma.

Amaury revela que, embora tenha se mudado para o Rio de Janeiro há quase 30 anos, sua conexão com suas raízes mineiras permanece forte. Ele cita professores e mentores que marcaram sua formação artística e se diz animado com sua participação no desfile da Portela no próximo ano, que prestará homenagem a Milton Nascimento, um dos maiores ícones da música brasileira. "Olho para trás com gratidão por todas as pessoas que fizeram parte da minha jornada. É um reconhecimento do trabalho coletivo", completa o ator.

O público pode esperar uma novela que não só entretém, mas também provoca reflexões sobre questões atuais e sociais, com personagens que representam a luta diária de muitos brasileiros. Não perca a estreia de "Volta por cima", um retrato emocionante da vida e das relações humanas!