Novo Estudo Brasileiro em Destaque

Pesquisadores do Hospital Albert Einstein, em um estudo inovador e robusto, alertam para os riscos de suspender a aspirina logo após um infarto. Essa pesquisa é inédita e fornece dados críticos sobre a preservação da saúde cardiovascular.

O Que Acontece Durante um Infarto?

Um infarto se desencadeia principalmente quando placas de gordura se acumulam nas artérias, levando à formação de coágulos. Segundo o pesquisador Pedro Lemos, assim que um trombo se forma, o fluxo sanguíneo é abruptamente interrompido, resultando em um infarto.

A Importância da Aspirina no Tratamento

Após a desobstrução das artérias, comumente via angioplastia, a prevenção de novos coágulos é essencial. Para isso, a administração de medicamentos que ‘afinam o sangue’, como a aspirina, torna-se crucial no tratamento pós-infarto.

Dados Alarmantes Sobre Infartos no Brasil

De acordo com o Ministério da Saúde, o infarto é a principal causa de morte no Brasil, com estimativas de 300 a 400 mil casos anuais. Isso representa uma perda significativa de vidas, com uma morte a cada 5 a 7 casos.

O Desafio da Terapia Dupla

Atualmente, o tratamento padrão pós-infarto combina aspirina com outro antiplaquetário potente, utilizando um protocolo conhecido como dupla antiagregação plaquetária que se estende por 12 meses. Essa abordagem é eficaz na prevenção de reinfartos, mas também aumenta os riscos de sangramentos.

Resultados Surpreendentes do Estudo NEO-MINDSET

O estudo NEO-MINDSET analisou se a interrupção da aspirina logo após o infarto era segura. Os resultados mostraram que 7% dos pacientes que interromperam a aspirina tiveram eventos isquêmicos graves, comparados a 5,5% na terapia dupla.

Questões de Sangramento e Trombose

Outro ponto alarmante foi a ocorrência de trombose de stent — uma complicação grave que resulta na obstrução do vaso. No grupo sem aspirina, 12 casos foram registrados, enquanto apenas 4 no grupo com terapia dupla. No entanto, a retirada precoce da aspirina reduziu os episódios de sangramentos.

O Que Isso Significa para os Pacientes?

A conclusão do estudo destaca que não é seguro suspender a aspirina logo de início, pois isso pode aumentar o risco de complicações severas, mesmo que os sangramentos sejam menos frequentes. Portanto, a recomendação é continuar com a terapia dupla pelo primeiro ano.

Um Passo Importante para a Medicina Cardiovascular

Embora o estudo não recomende a suspensão imediata da aspirina, ele oferece um avanço significativo para a saúde cardiovascular. O Hospital Einstein está se posicionando como um líder global na pesquisa sobre infarto, contribuindo de forma relevante para o conhecimento médico.

O Futuro da Pesquisa Cardiovascular

Os pesquisadores pretendem investigar se a aspirina pode ser retirada após um mês, ao invés de um ano. Enquanto isso, a recomendação continua a ser manter o protocolo padrão. O estudo, que começou em 2017 e finalizou a coleta de dados em 2020, tem o potencial de influenciar diretamente as decisões clínicas globais.