Ataque Surpreendente na Fronteira

Um alerta vermelho em Kiryat Shmona piscou na tela do celular da equipe de reportagem às 13h36 (horário de Brasília) nesta quinta-feira (26), destacando uma nova onda de ataques do Hezbollah na fronteira entre Israel e Líbano. O fato alarmante é que o repórter e seu motorista acabavam de deixar a cidade, uma das principais alvos do grupo terrorista.

Escapar do Perigo

Enquanto estavam a caminho, avistaram pessoas correndo e ouviram explosões poucos instantes antes do alerta. A situação se tornou crítica: onde se esconder? O veículo que utilizavam foi rapidamente estacionado na primeira localidade habitada, o kibutz Amir, que abriga cerca de 800 moradores. Um local muito agradecido pelo abrigo foi o dono de uma oficina, que rapidamente gritou para eles: “bunker!”.

O Efeito dos Foguetes

Enquanto isso, a cidade se via sob ataque com 45 foguetes sendo lançados em sua direção. O eficaz sistema de defesa antiaérea de Israel, conhecido por sua eficiência em proteger o país, mostrou-se insuficiente nessa área específica, onde os pontos de lançamento estavam perigosamente próximos, a apenas 2 km a leste e 5 km ao norte de Kiryat Shmona.

Geografia e Vulnerabilidade

A geografia complexa dessa região, que se destaca como o chamado 'Dedo da Galiléia', coloca o local em uma posição vulnerável em relação à força do Hezbollah, especialmente após a destruição de Metula, cidade vizinha que já foi um centro vibrante, agora quase deserta.

Êxodo em Massa

Desde o início do conflito, cerca de 98% dos moradores de Metula deixaram suas casas, contribuindo para um êxodo alarmante de 60 mil pessoas na área. Diante dessa situação de caos, a equipe da reportagem se dirigiu a um abrigo improvisado, elaborado por uma ONG dedicada a fornecer segurança a israelenses em áreas de risco, que foram muito necessários após os surtos de violência.

A Construção dos Bunkers

Os bunkers foram construídos de forma simples, mas com paredes extremamente reforçadas, concebidos para proteger os moradores de futuros ataques. O custo para erguer cada abrigo é da ordem de R$ 76 mil, e essa tarde eles utilizaram um abrigo doado pela Middle East Television, uma emissora cristã de Chipre.

Refúgio em Tempo Recorde

A rapidez foi essencial: levando menos de um minuto para se abrigar, as sirenes não tiveram tempo de soarem, um testemunho da eficácia do sistema de alertas por celular em uma situação tão crítica. Dentro do bunker, dois pacotes de água foram encontrados, um recurso vital em um dia onde as temperaturas chegavam a 32 graus.

A Realidade Brutal da Guerra

Felizmente, não houve vítimas nessa onda específica de ataques, um pequeno alívio considerando a realidade brutal da guerra. Com o perigo imediato aparentemente afastado, o repórter e seu motorista decidiram sair do local, mudando a rota prevista para evitar a linha de frente. A estratégia incluiu uma mudança em direção às Colinas de Golã, longe da fronteira com o Líbano.

Continua o Perigo

No entanto, o caminho tomado continuou a ser perigoso, pois estavam cientes de que ataques argentinos estavam previstos após o dia de hoje, com a rodovia 90 apresentando sinais de perigo na aplicação de rastreamento. Ironia do destino, momentos antes da mudança de estrada, um drone aliado a grupos de milícias pro-Irã havia acabado de ser derrubado na estrada, aumentando ainda mais a tensão na região.

Desespero Em Movimento

O motorista, ciente do crescente perigo, acelerou para 160 km/h para escapar o mais rapidamente possível. Enquanto atravessavam a área de conflito, deixaram para trás dois tipos de fumaça: a da explosão dos ataques e a de um trator que continuava a trabalhar nos campos, indiferente à guerra.

Resiliência dos Moradores

Os moradores do kibutz, onde o abrigo estava localizado, também estavam em um estado de resiliência admirável. O proprietário da oficina de peças, que alegou ser Yonatan, mencionou rapidamente sobre a possibilidade de um copo do renomado uísque da Galiléia. "Aqui é sempre assim", disse ele, demonstrando um humor sombrio diante da adversidade.

A Escalada do Conflito

Desde o início da guerra em 7 de outubro, já foram lançados cerca de 9.300 mísseis contra Israel, com mais de 80% deles direcionados à Galiléia, mostrando que os desafios e as tensões na fronteira nordeste de Israel não dão sinais de desacelerar. Enquanto a situação continua a se desdobrar, a vida cotidiana dos israelenses que habitam as regiões afetadas permanece uma luta constante entre a esperança e o temor.