Ciência

Astrônomos Intensificam Busca pelo Enigmático Planeta 9

2025-04-06

Autor: Matheus

Estamos prestes a completar uma década desde que os astrônomos Mike Brown e Konstantin Batygin, do Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia), lançaram a ideia impactante de que nosso Sistema Solar poderia conter um nono planeta além de Netuno. Embora a existência desse misterioso Planeta 9 ainda não tenha sido comprovada, um arsenal de evidências indiretas sugere que algo realmente intrigante está por trás da dança dos corpos celestes em nossos confins do sistema planetário.

Recentemente, um estudo inovador liderado por pesquisadores brasileiros trouxe novas informações sobre essa busca. Ao analisar o comportamento orbital de cometas de curto período, os cientistas descobriram mais uma peça desse quebra-cabeça cósmico.

A proposta inicial de Brown e Batygin baseia-se nas órbitas peculiares de certos TNOs (Objetos Transnetunianos). Esses corpos celestes, que habitam a região além do oitavo planeta conhecido, parecem ressoar em um alinhamento peculiar, indicando a possível presença de um astro massivo, muito além de Netuno.

Esse possível planeta seria significativamente maior que Plutão, o que gerou polêmica durante o século 20, quando Plutão era considerado o nono planeta antes de ser reclassificado como planeta-anão pela União Astronômica Internacional em 2006 devido à sua órbita influenciada por outros corpos de tamanho semelhante.

As anomalias nas órbitas dos TNOs são indicativas da presença de um objeto com massa que também se situa entre a da Terra e a de Urano. Mas a questão permanece: quão massivo é esse corpo e onde ele está localizado?

O estudo conduzido por Rafael Ribeiro de Sousa, da Unesp (Universidade Estadual Paulista), e publicado na renomada revista Icarus, fornece novas direções para a investigação. Ao invés de se focar nos TNOs, que são difíceis de estudar devido à sua distância, a pesquisa se concentrou em cometas eclípticos, que possuem órbitas mais curtas e são mais facilmente observáveis.

Os dados revelaram que esses cometas poderiam, de fato, estar associados ao Planeta 9, caso sua massa seja mais modesta do que se imaginava anteriormente, estimando-se em cerca de 7,5 vezes a da Terra. Além disso, a pesquisa sugere que a órbita desse planeta hipotético teria uma distância média ao Sol de aproximadamente 600 unidades astronômicas – ou seja, 600 vezes mais distante que a Terra, enquanto Netuno se encontra a cerca de 30 UA.

A órbita do Planeta 9 também apresentaria uma excentricidade considerável (aproximadamente 0,3) e uma inclinação de cerca de 20 graus, tornando a busca ainda mais desafiadora. Apesar de os pesquisadores terem delineado algumas características, ainda há vastas regiões do céu onde o planeta poderia se esconder. A espera por novas descobertas ganha força com o lançamento do Observatório Vera Rubin, que começará suas operações ainda este ano, prometendo realizar uma varredura detalhada do céu em busca de objetos como o Planeta 9.

Enquanto isso, a expectativa e a curiosidade sobre esse enigmático corpo celeste permanecem, levando a muitas especulações entre os amantes da astronomia. O que será que as novas tecnologias e estudos ainda nos revelarão sobre o nosso enigmático vizinho no cosmos?