
Asteroide que ameaçava a Terra agora pode colidir com a Lua
2025-04-03
Autor: Carolina
O asteroide 2024 YR4, observado pela primeira vez em 27 de janeiro de 2025, é um corpo celeste que vem atraindo a atenção de cientistas ao redor do mundo. Com aproximadamente 60 metros de diâmetro, esse asteroide tem potencial destrutivo suficiente para dizimar uma cidade se impactasse nosso planeta. Inicialmente, a chance de uma colisão com a Terra foi considerada alarmante, com uma probabilidade de 3,1% - a maior registrada para um asteroide até hoje.
Contudo, novas observações descartaram essa ameaça para nosso planeta, especialmente para a data prevista de 22 de dezembro de 2032. Mas a história não termina aqui: as probabilidades de que 2024 YR4 possa impactar a Lua aumentaram para 3,8%, conforme novos dados da NASA e observações do poderoso Telescópio Webb.
"Ainda há 96,2% de chances de que o asteroide não atinja a Lua", alertou a NASA em uma comunicação oficial. Richard Moissl, diretor do Escritório de Defesa Planetária da Agência Espacial Europeia (ESA), reforçou essas estatísticas, indicando que suas próprias estimativas eram de cerca de 4%.
Em relação ao tamanho do asteroide, estudos recentes ajustaram as dimensões do objeto para algo entre 53 e 67 metros, equivalentes à altura de um prédio de 15 andares. Esse tamanho é significativo, pois atinge o limite de 50 metros que aciona planos de defesa planetária, se necessário. Moissl detalhou que se a ameaça de impacto com a Terra ainda existisse em mais de 1%, já estaríamos em pleno planejamento de diversas missões de desvio.
As técnicas de defesa planetária contra asteroides incluem desde armas nucleares até lasers, embora haja apenas um exemplo real de teste: a missão DART da NASA, que, em 2022, desviou a trajetória de um asteroide inofensivo ao colidir uma sonda contra ele.
Agora, muitos cientistas veem a possibilidade de um impacto na Lua como uma oportunidade valiosa para pesquisa. Moissl destacou que observar um impacto de grande magnitude no nosso satélite natural seria um cenário fascinante do ponto de vista científico, proporcionando dados importantes para a defesa planetária.
Mark Burchell, cientista espacial da Universidade de Kent, descreveu o possível impacto lunar como "um grande experimento e uma oportunidade perfeita". Telescópios na Terra, e até mesmo binóculos, teriam a chance de observar o fenômeno. Alan Fitzsimmons, da Queen's University em Belfast, concorda: "Um impacto na Lua não teria efeitos na Terra, mas nos permitiria estudar como uma cratera lunar se forma por meio de um asteroide conhecido pela primeira vez."
Em um intervalo de alguns meses, o Telescópio Webb fornecerá novos dados para ajudar a calcular a probabilidade de impacto, enquanto o mundo observa ansiosamente o 2024 YR4 e suas implicações para a ciência e segurança.