Exportações e Importações em Alta

PEQUIM (Reuters) – As exportações da China dispararam em dezembro, com as importações também apresentando uma recuperação inesperada, em um cenário marcado pelas crescentes tensões comerciais sob a presidência de Donald Trump nos Estados Unidos.

Um aumento impressionante de 10,7% nas exportações em dezembro em comparação ao ano anterior foi reportado, superando a previsão de 7,3% feita por economistas. Esse crescimento representou uma alta significativa em relação ao aumento de 6,7% registrado em novembro. Este movimento foi parcialmente impulsionado pela necessidade das fábricas de escoar estoques antes do Ano Novo Chinês, que ocorre de 28 de janeiro a 4 de fevereiro.

Desempenho das Importações

Além das exportações, as importações também surpreenderam com uma alta de 1,0%, o desempenho mais forte desde julho de 2024, contrariando as expectativas de uma queda de 1,5%. Os economistas acreditam que essa melhora nas importações pode estar associada ao acúmulo de matérias-primas, incluindo cobre e minério de ferro, como parte da estratégia da China para aproveitar os preços baixos do mercado.

Desafios e Tensão Comercial

Entretanto, a recuperação observa desafios significativos, incluindo as tensões comerciais renovadas com os EUA. O presidente eleito Donald Trump, que assumirá novamente a Casa Branca na próxima semana, sugeriu a imposição de tarifas severas sobre produtos chineses, levantando temores de uma nova disputa comercial.

Além disso, a China enfrenta dificuldades com a União Europeia, com negociações em aberto sobre tarifas de até 45,3% sobre veículos elétricos, o que pode impactar suas ambições de expansão nesse setor e agravar as preocupações com o excesso de capacidade industrial.

Expectativas para 2024

Xu Tianchen, economista sênior da Economist Intelligence Unit, afirmou: “A antecipação do comércio tornou-se mais evidente em dezembro devido aos efeitos do Ano Novo Chinês e à posse de Donald Trump. A recuperação das importações pode ser sustentável com a estocagem de commodities, em uma tentativa da China de se preparar para flutuações econômicas.”

O superávit comercial da China alcançou 104,8 bilhões de dólares em dezembro, subindo de 97,4 bilhões em novembro. Especificamente em relação aos EUA, o superávit aumentou de 29,81 bilhões de dólares para 33,5 bilhões no mesmo período.

Um porta-voz da alfândega chinesa indicou que, apesar dos desafios, ainda há um “espaço enorme” para que as importações da China cresçam ao longo de 2024. Esse contexto revela não apenas a resiliência da economia chinesa frente a adversidades, mas também a importância estratégica das relações comerciais, que continuarão a ser monitoradas atentamente.